Declarações após o jogo Moreirense-Rio Ave (1-1), da 23.ª jornada da I Liga de futebol, disputado hoje no Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas, em Moreira de Cónegos:
Vasco Seabra (treinador do Moreirense): “Foi um resultado justo. Não entrámos bem no jogo e tivemos 15 minutos em que não fomos tão agressivos e intensos quanto costumamos ser para poder pressionar e permitimos que o Rio Ave tivesse mais bola.
Sofremos um golo através de bola parada. Depois disso, o Rio Ave ficou confortável a defender mais baixo para poder explorar a transição. Na segunda parte, fomos mais agressivos e intensos e procurámos mais espaços nas costas do adversário.
Parece-me que as oportunidades do Rio Ave voltam a surgir de lances simples nossos que podiam ter sido resolvidos de outra forma. Marcámos e a parte final podia ter caído para nós. A justiça do resultado ajusta-se pela nossa forma de reagir ao golo.
O Fábio [Pacheco] é sempre importante. Não vamos negar a importância dele, mas os jogadores que entraram para substituir quem não estava deram um contributo positivo. Ao intervalo, quisemos reforçar a capacidade de ter bola e a agressividade ofensiva.
Com isso, procurar mais ruturas e ameaças à última linha do Rio Ave, de forma que o esférico entrasse na profundidade ou por dentro. A equipa reagiu de forma positiva, chegou à frente para alterar o resultado e quem entrou veio dar uma nova alma.
[Seis rondas sem vitórias em casa] Têm sido coincidências e não estamos desesperados com isso. Neste campeonato importa é fazer pontos. Nos 11 jogos em que cá estou, conseguimos 17. A equipa é solidária e não vencemos por um ou outro momento.
Sabemos que é um caminho que vamos conseguir ter. Se conseguirmos ganhar sempre fora, não fico nada triste. Infelizmente, não temos os adeptos connosco, mas queremos brindá-los com vitórias no nosso estádio, que é um palco no qual queremos vencer”.
Miguel Cardoso (treinador do Rio Ave): “Ao intervalo falámos sobre o quão fundamental era ganhar estabilidade emocional, que nos traz qualidade comportamental. Se calhar, foi por isso que se falhou tantos golos e a equipa não foi assertiva em alguns momentos.
Isso é um lado da questão. Há um outro lado que tem de me deixar satisfeito, que passa pelo foco que a equipa tem no seu crescimento e na abordagem aos jogos. Assim que acabou o jogo, pude reunir os jogadores e transmitir esse sentimento que estava a viver.
O balneário sentia alguma frustração em função do que aconteceu. Nesses momentos, é fundamental dizer às pessoas que aquilo que nos vai marcar é a forma como iremos reagir ao que nos acontece. Apesar de tudo, é um ponto na nossa caminhada.
O nível de satisfação que iremos adquirir tem a ver com o resultado. Seria hoje de inteira justiça que o Rio Ave levasse os três pontos, não porque o Moreirense não tenha sido capaz de competir em bom plano, mas porque fomos a equipa que criou mais situações.
Um resultado destes só pode ter boas consequências, porque o Moreirense estava quatro pontos à nossa frente e ficávamos a sete em caso de derrota. Viemos cá, competimos e mostrámos que fomos competentes. Temos de olhar para a realidade das coisas.
Naturalmente, somos ambiciosos, mas a ambição é o que se põe em cada momento no que se faz. Não estamos para rasgar pano, mas a coser para dar pontos. Amanhã [segunda-feira], temos treino e daqui a sete dias competiremos com outra equipa difícil.
Esta I Liga não está para meninos, está para homens. Homens que têm caráter, sabem que há pedras na calçada e, às vezes, tropeçam, mas é preciso pegar nelas, pôr num montinho e subir. Encontrei um balneário de caráter, que foi expresso em campo”.