Declarações após o jogo Benfica-Vitória SC (3-0), da 24.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado hoje no Estádio da Luz, em Lisboa:
– Pepa (Treinador do Vitória SC): “Se analisarmos só pelos resultados, é olhar para o copo meio vazio. Vejo as coisas pelo lado positivo. Depois de duas semanas duras, nas quais não fomos iguais a nós próprios, hoje demos tudo, tivemos caráter e personalidade. Depois de dois jogos maus e que reconhecemos, não é fácil chegar ao Estádio da Luz e ter este tipo de personalidade.
O Benfica foi muito eficaz e, nos últimos 15 minutos, controlou totalmente o jogo, mas, até lá, o Vitória teve muita personalidade. Tivemos mais cantos e mais oportunidades. O que fica é o resultado, mas sentimos que nos encontrámos connosco.
Precisávamos disto, de ter consciência de que, desta forma, vamos ser mais felizes. Tivemos mais oportunidades, não conseguimos fazer golo e isso também se paga caro. Não posso olhar só para o resultado, a equipa fez de tudo para conseguir outro desfecho.
O terceiro golo foi um soco para a equipa. Não há vitórias morais, há pontos, mas a equipa conseguiu ficar em paz consigo e ser igual a si própria. A verdade é que ninguém baixou os ombros e ninguém ficou nervoso. Continuaram a procurar o golo. Estávamos dentro do jogo, sofremos o terceiro golo e, depois, ficou mais difícil.
Há que apoiar e ajudar a crescer. Os erros fazem parte do processo e do caminho. Vamos ter curvas, obstáculos e montanhas para subir. É errar, cair e levantar. Queremos errar o menos possível, mas temos todos noção de que errar faz parte do crescimento. Estamos cá para ajudar os miúdos a crescer”.
– Nélson Veríssimo (Treinador do Benfica): “É também um momento alto da noite, esse ato de solidariedade para com o Roman [Yaremchuk]. É natural que esteja combalido, é uma situação que o afeta em particular, porque tem lá família. É um momento delicado para ele. Foi bonita a homenagem que o Estádio da Luz lhe prestou, na pessoa dele e que, obviamente, estendemos a todos os ucranianos.
Fazemos votos pela paz, acima de tudo. Espero sinceramente que, nos próximos dias, a diplomacia consiga resolver estas questões. Em pleno século XXI, faz-me alguma confusão o que está a acontecer. O Roman apreciou o gesto, temos de lhe dar conforto e acompanhá-lo no dia-a-dia.
Da mesma forma que o público apoiou essa causa, também apoiou muito a equipa. A equipa galvaniza-se com esse apoio. O jogo não foi fácil para nós. Era um desafio extremamente complicado, ainda para mais a seguir a uma competição europeia, que exigiu muito aos jogadores em termos mentais e físicos.
O Vitória começou muito bem, com oportunidades para marcar. Não nos deixámos distrair, não acusámos essa proximidade e continuámos à procura do nosso jogo. Chegámos com mérito ao intervalo com vantagem de dois golos.
O que foi pedido ao intervalo foi para que, nos 15 minutos seguintes, conseguíssemos matar o jogo com o terceiro golo. Os jogadores conseguiram e, a partir daí, foi controlar o jogo. O que fica, além do resultado, foi um jogo entre equipas que quiseram ganhar e que proporcionaram um bom jogo de futebol a quem veio cá.
Sabemos que a confiança no futebol se traduz nos resultados. Não vai ser por hoje termos ganhado ao Vitória, por termos marcado três golos e não termos sofrido nenhum que achamos que está tudo certo. Temos de olhar para o processo e sentimos que ainda há dinâmicas que temos de implementar e fazer crescer na equipa. Os jogadores têm sido inexcedíveis na forma como treinam e preparam o jogo.
Naturalmente, os objetivos deste clube exigem-nos lutar pela vitória em todos os momentos. Sabíamos que, fruto do resultado do segundo classificado, tínhamos a possibilidade de nos aproximarmos dessa posição. Essa lógica tem de nos guiar nos 10 jogos que faltam. Estão 30 pontos em disputa. Jogo a jogo, lutar pelos três pontos. Sabemos que não dependemos de nós para lutar por esse primeiro objetivo, mas ainda temos um objetivo intermédio, que é o segundo lugar”.