O aviso é lançado através de um estudo do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (PIAC), que integra membros das Nações Unidas.
Se as metas do Acordo de Paris (2015) não forem cumpridas, o vale do rio Lima, assim como a foz do rio Cávado (Esposende, Fão e Apúlia) e a do rio Minho (Caminha) vão sofrer alterações dramáticas no que ao nível da água diz respeito. O estudo diz que mais de 100 concelhos portugueses podem ficar afetados.
Estima-se que, em 2050, o nível da água possa subir até mais 50 centímetros, inundando grande parte das margens ribeirinhas que hoje conhecemos. Se as metas forem cumpridas, essa submersão poderá ser de apenas metade, devendo atingir os 50 centímetros só daqui a 80 anos, em 2100.
Esta previsão tem por base um mapa, divulgado esta semana, da organização não-governamental Climate Central, que se dedica ao estudo das alterações climáticas. O presidente da ONG, Ben Strauss, citado pela agência noticiosa AFP, aponta que o litoral português estará bastante vulnerável a subida do nível da água do mar. Apesar das preocupações na região do Minho, será o estuário do Tejo que corre maior risco, de acordo com a organização.
Segundo o relatório da PIAC, desde 2006 que o nível das águas sobe em média “cerca de quatro milímetros por ano”, mas este número pode ser multiplicado até quase 100 vezes mais caso as emissões de gás com efeito de estufa não abrandem.
A nível global, estima-se que cerca de 300 milhões de habitantes de áreas costeiras vão ser ameaçados pela subida do nível das águas, com especial impacto nas regiões do Sudeste Asiático e na China.
Em Portugal, as zonas em risco assinaladas são Viana do Castelo, Esposende, Fão, Apúlia, Vila do Conde, Matosinhos, Espinho, Esmoriz, Ovar, Torreira, Aveiro, São Martinho do Porto, Caldas da Rainha, Alcobaça, Figueira da Foz, Montemor-o-Velho, cidades contíguas ao Estuário do Tejo como Lisboa, Vila Franca de Xira, Carregado, Montijo, Moita, Azambuja, Benavente, Alcochete, e costa algarvia.