O SC Braga e a Câmara Municipal local continuam a negociar uma solução que ponha fim ao diferendo sobre a contrapartida que o clube terá de dar pela doação – pelo período de 25 anos – de terrenos para a construção da chamada Cidade Desportiva.
Ao que O MINHO soube de fonte do clube, o SC Braga ofereceu 300 mil euros em dinheiro à Câmara como contrapartida; a verba substituiria a cedência de um piso inferior no pavilhão, que nascerá no esqueleto da piscina olímpica que nunca chegou a ser acabada.
Só que, a proposta de entrega de 300 mil euros coloca um problema jurídico, o de se saber se é ou não legal uma entidade de direito privado fazer uma doação de dinheiro a um Município. Com estes 300 mil, o Município poderia avançar com a construção de um espaço na cidade para a prática da Ginástica, como é desejo da vereadora do Desporto, Sameiro Araújo e do Executivo municipal.
O tema não está na agenda de trabalhos da reunião de Câmara desta segunda-feira, mas deve vir à conversa através dos vereadores da oposição, PS e CDU, que querem saber o estado das negociações e o teor da proposta dos bracarenses.
O Município e a coletividade desportiva desentenderam-se por causa dos terrenos, de 3,5 milhões de euros, que a Câmara expropriou em 2003 para nela construir o então chamado Parque Norte, uma zona desportiva e de lazer aberta aos municípes. Parque que nunca nasceu, o que levou a atual Câmara a ceder os terrenos, por 25 anos, ao Sp. Braga. O prazo de cedência é um dos assuntos em debate já que o clube quer que seja de 40 anos, pois – diz – só assim se justifica o investimento já feito e a realizar no pavilhão multiusos.
Recentemente, o Município veio garantir que o clube se comprometeu a ceder um espaço para a ginástica, mas este contrapôs que nada assinara e que a cedência colidia com as atividades amadoras. “Não faz sentido o SCBraga ter um espaço seu, e partilhá-lo com outra entidade”, disse, o seu presidente António Salvador, no final de uma reunião realizada com a Câmara nas instalações do estádio.
Contactado sobre o assunto, o presidente Ricardo Rio disse, apenas, que se continua a negociar. Já Carlos Almeida da CDU, mantém a posição inicial, a de que tem de haver contrapartidas: “vou estudar o tema para me poder pronunciar”, disse. O vereador do PS Miguel Corais também deixa para a reunião de Câmara, a sua posição sobre o assunto.