O SC Braga perdeu hoje com o Rangers por 3-1, após prolongamento, e foi eliminado nos quartos de final da Liga Europa de futebol, numa partida que terminou com nove unidades.
A equipa portuguesa vinha com uma vantagem da primeira mão de 1-0, mas, tal como há dois anos, ainda que nos ‘16 avos’, voltou a ser eliminada pelo Rangers, numa partida em que teve ‘falta de comparência’ durante demasiado tempo, mas em que uma grande crença e uma última reação valeu-lhe o prolongamento.
Aí, já depois de ter sofrido o terceiro golo, foi ainda ‘traída’ por Iuri Medeiros, com uma expulsão absurda por protestos, com toda a segunda parte do tempo extra para jogar.
Tavernier ‘bisou’ a abrir e a fechar a primeira parte (02 e 44 minutos, o segundo de penálti), David Carmo, em estreia a marcar pelo Braga, reduziu aos 83, mas Roofe fez o terceiro dos escoceses aos 101 e sentenciou o apuramento do Rangers.
Carlos Carvalhal tinha apelado, na véspera, a que os seus jogadores encarassem a atmosfera vibrante do Ibrox como algo de positivo, mas a equipa, que já não podia controlar o efeito que o enorme apoio das bancadas tem na equipa do Rangers, nem tempo teve para isso.
Para complicar ainda mais as coisas, o Braga jogou com menos um jogador desde os 42 minutos, depois de Tormena ter sido expulso no lance que ditou a grande penalidade e o segundo golo do Rangers, e com menos dois a segunda parte do prolongamento (Iuri Medeiros).
Tal como seria de esperar, o Rangers entrou a ‘mil à hora’ e, ‘empurrado’ por cerca de 50 mil vozes, ‘asfixiou’ o Braga de início.
Estava passado menos de um minuto e meio de jogo quando a equipa escocesa marcou: cruzamento da esquerda, toque de Aribo no meio da área que isolou Tavernier na direita – o lateral inglês rematou entre Matheus e o poste e inaugurou o marcador, aos dois minutos.
O cenário podia ter sido pior se, pouco depois, aos cinco minutos, o golo de Roofe não tivesse sido anulado, após intervenção do VAR, por causa de uma mão de Barisic pouco antes de ter cruzado.
A equipa minhota não conseguia ter a bola mais de poucos segundos em sua posse e teve apenas um remate de fora da área, muito ao lado, de Ricardo Horta (23 minutos).
Só ‘dava’ Rangers e, aos 32 minutos, Roofe rematou à barra, a pouco mais de um metro da baliza, na sequência de um canto e após primeiro desvio de Aribo ao primeiro poste.
A equipa orientada por Giovanni van Bronckhorst chegou ao segundo golo numa grande penalidade cometida por Tormena sobre Roofe e convertida por Tavernier (44), num lance em que a linha defensiva minhota estava inexplicavelmente posicionada após um lançamento muito longo. Ficou a perder por 2-0 e com 10 jogadores.
Em relação ao jogo de Braga, Carlos Carvalhal fez duas mexidas na equipa inicial, com as entradas de Paulo Oliveira e Castro (saíram Yan Couto e Iuri Medeiros). O treinador reforçou o centro do terreno, mas foi pelas alas que o Rangers fez estragos.
Após o intervalo, Carvalhal lançou Moura (saiu André Horta) e reorganizou-se num 4x4x1.
O técnico bracarense voltou a mexer aos 61 minutos, lançando Iuri Medeiros e Vítor Oliveira e, se já com Moura se tinha notado um acréscimo de agressividade, com a entrada desta dupla, mas sobretudo de ‘Vitinha’, isso foi ainda mais evidente.
À medida que o Rangers não ‘matava’ a partida, o Braga ia sentindo que podia arriscar e assim o fez.
Aos 83 minutos, Iuri Medeiros bateu um canto da direita e David Carmo, antecipando-se à marcação, cabeceou sem apelo.
O jogo seguiu para prolongamento e o Rangers conseguiu o terceiro golo aos 101 minutos, com Roofe a ter só de encostar após boa jogada de entendimento pela direita entre Kamara e Aribo.
O desgaste era imenso e a tarefa tornou-se ainda mais difícil após uma atitude incompreensível de Iuri Medeiros, que, após cometer uma falta e receber um cartão amarelo, protestou e viu o segundo amarelo e respetivo vermelho.
O Rangers desperdiçou de forma clamorosa o 4-1, por Artfield, atirando à barra, após defesa de recurso de Matheus, evitando um autogolo de Fabiano (110 minutos).
Carlos Carvalhal arriscou tudo aos 118 minutos, tirando o central David Carmo e apostando no jovem avançado Falé, mas o Braga não voltou a ter a posse de bola.
Ficha de Jogo
Jogo no Estádio Ibrox, em Glasgow.
Rangers – SC Braga, 3-1 após prolongamento.
Ao intervalo: 2-0.
No final do tempo regulamentar: 2-1.
No final da primeira parte do prolongamento: 3-1.
Marcadores:
1-0, Tavernier, 02 minutos.
2-0, Tavernier, 44 (grande penalidade).
2-1, David Carmo, 83.
3-1, Kemar Roofe, 101.
Equipas:
– Rangers: Allan McGregor, James Tavernier, Connor Goldson, Borna Barisic (Leon Balogun, 90+1), Calvin Bassey, John Lundstram, Ryan Jack (Glen Kamara, 80), Aaron Ramsey (Scott Wright, 80), Joe Aribo (Fashion Sakala, 106), Ryan Kent e Kemar Roofe (Scott Arfield, 106).
(Suplentes: Robby McRorie, Jon McLaughlin, Amad Diallo, Steven Davis, Glen Kamara, James Sands, Scott Wright, Leon Balogun, Fashion Sakala, Scott Arfield, Leon King e Alex Lowry).
Treinador: Giovanni van Bronckhorst.
– SC Braga: Matheus, Paulo Oliveira, David Carmo (Falé, 118), Tormena, Fabiano, André Horta (Moura, 46), Al Musrati (Lucas Mineiro, 100), Castro (Gorby, 106), Rodrigo Gomes (Iuri Medeiros, 61), Ricardo Horta e Abel Ruiz (Vítor Oliveira, 61).
(Suplentes: Tiago Sá, Yan Couto, Bruno Rodrigues, Diogo Leite, Buta, Berna, Gorby, Lucas Mineiro, Moura, Iuri Medeiros, Falé e Vítor Oliveira).
Treinador: Carlos Carvalhal.
Árbitro: François Letexier (França).
Ação disciplinar: Cartão amarelo para Roofe (85), André Horta (93, no banco de suplentes) e Iuri Medeiros (105 e 105). Cartão vermelho por acumulação de amarelos para Iuri Medeiros (105). Cartão vermelho direto para Tormena (42).
Assistência: Cerca de 50.000 espetadores.