Os Sapadores Bombeiros que estão em vigílias há 43 dias em Braga e no Porto decidiram terminar hoje aquele protesto e anunciaram que um dos sindicatos do setor foi convocado pelo Governo para “negociações sobre o futuro” daqueles profissionais.
“A decisão de terminar o protesto já tinha sido tomada, mas vemos com satisfação, e como sinal de boa-fé por parte do Governo, o anúncio desta manhã da convocação de uma reunião com o Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores”, disse, em declarações aos jornalistas, um dos representantes do movimento que dinamizou o protesto, Paulo Carvalho.
Aqueles profissionais iniciaram em setembro vigílias no Porto, Braga e Lisboa para “chamar a atenção e alertar” para aquilo que consideram “ser justo”, que é “o reconhecimento da profissão como profissão de risco e desgaste rápido, a atribuição de um subsídio de risco digno e a revisão da tabela remuneratória”.
Em Lisboa, o protesto dos Sapadores irá continuar mas no âmbito de uma greve dos trabalhadores do município.
Também na manhã de hoje, deu conta aquele sapador bombeiro, “foi entregue na Assembleia da República uma petição com mais de 16 mil assinaturas na qual constam todas as reivindicações dos Sapadores para que os partidos a possam analisar e discutir”.
O Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML) e dezenas de bombeiros entregaram hoje na Assembleia da República uma petição, com 20 mil assinaturas, exigindo medidas de valorização dos bombeiros sapadores da administração pública e da sua carreira
Durante esta manhã estiveram na praça General Humberto Delgado, no Porto, cerca de 100 sapadores para assinalar o fim das vigílias e dar conta que “a luta continua” até que a situação “esteja bem resolvida”.
“Esta decisão [de terminar a vigília] foi concertada e em resposta à tomada de posição dos deputados [da Assembleia da República] que no dia 9 aprovaram um projeto de lei para que a nossa profissão seja considerada de risco e desgaste rápido (…) isto não implica que como forma de luta estejamos presentes sempre que houver um membro do Governo, nos façamos ouvir para que não caiamos no esquecimento, e novas formas de luta podem aparecer”, explicou Paulo de Carvalho.
Sobre a reunião anunciada entre Governo e um dos sindicatos do setor, os sapadores encaram o gesto como “sendo de boa-fé” por parte do Governo, mas deixaram vários apelos: “Apelamos ao Presidente da República, ao presidente da Assembleia da República, ao primeiro-ministro, aos deputados que não se esqueçam de nos ajudar [quando o projeto de lei aprovado for discutido] na especialidade”.
“A promessa do Governo [foi] até ao primeiro trimestre de 2025 termos respostas às nossas solicitações. O Governo hoje abriu as portas a um sindicato para que dia 24 comecem negociações, um sinal de boa-fé (…)queremos acreditar na boa-fé do Governo”, disse Paulo Carvalho.
Os Sapadores Bombeiros estão presentes em 25 cidades do país com mais de três mil elementos.