Declarações após o jogo Moreirense–Portimonense (0-1), da 14.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol:
– Lito Vidigal (treinador do Moreirense): “São as dores de crescimento. Vamos ter de saber gerir tudo isto.
Não entrámos muito bem no jogo e perdemos algumas bolas fáceis, mas depois assentámos e tivemos uma primeira parte bem conseguida. Tivemos mais oportunidades do que o adversário. Se tivéssemos concretizado aí, a equipa teria ganhado confiança e o resultado seria certamente diferente.
Queremos ganhar intensidade na recuperação da bola e mantê-la por mais tempo. A posse de bola foi repartida, mas tivemos mais situações de finalização.
Na segunda parte, faltou-nos alguma agressividade. Jogámos com uma equipa forte, que está tranquila na tabela classificativa, mas veio aqui jogar com três centrais. Os jogadores quiseram muito vencer. Independentemente dos estádios em que jogamos, queremos vencer.
Sobre os atletas, o mais importante foi a atitude. Tiveram uma postura muito positiva. Queriam vencer o jogo e fizeram aquilo que puderam, mas temos de crescer. Em muitos momentos do jogo, superiorizámo-nos, mas temos de ser agressivos na recuperação da posse de bola. Quando crescermos, teremos mais bola e causaremos mais mossa nos adversários.
Jogámos contra uma equipa forte, que tem qualidade. Não tivemos só qualidade no processo defensivo. A nível ofensivo, também estivemos bem, mas faltou-nos algum esclarecimento. Temos de decidir melhor esses lances.
Temos de respeitar sempre os adeptos [a propósito de um desentendimento entre Derik Lacerda e um adepto do Moreirense após o fim do jogo]. São eles que nos fortalecem e animam. Estamos a falar de um jogador de 22 anos, que está há pouco tempo em Portugal. Temos de ser humildes e respeitadores. Ele é um jogador com potencial, que, com tempo e trabalho, poderá ser importante no clube. Situações dessas não são boas para ele, para os adeptos e para os clubes. Queremos criar uma simbiose entre adeptos e jogadores”.
– Paulo Sérgio (treinador do Portimonense): “São três pontos para uma caminhada que é dura. O objetivo da manutenção está em mente. As coisas estão a correr bem. Estamos a associar pontos aos desempenhos e à organização.
Nem sempre é bonito. Hoje foi um jogo muito tático e fechado. O Moreirense também não se quis expor demasiado. As organizações defensivas sobrepuseram-se à organização ofensiva das equipas. Queria dar os parabéns aos jogadores pela crença. O golo surgiu no final da partida e deixou o Moreirense em dificuldades.
Nem sempre dá para grande ‘nota artística’. Já fizemos partidas mais vistosas, mas a solidariedade esteve presente na equipa.
O Moreirense tem um ótimo grupo de jogadores, com qualidade. Estava a estrear um treinador [Lito Vidigal], que me deixou na dúvida se iria utilizar um sistema de cinco defesas ou o sistema em que o Moreirense jogava até agora. As coisas estão a correr bem, mas precisamos de ‘pezinhos’ no chão e de humildade. Vamos ter de lutar até ao fim.
Uso a estatística para a confirmação de algumas das prestações, mas não me agarro muito a isso ou a recordes que vêm nas estatísticas [a propósito de tentar superar a melhor classificação da história do clube, o quinto lugar em 1984/85]. Ninguém fica indiferente, mas não adianta pensar nisso. O próximo jogo é contra uma equipa competitiva e agressiva [o Arouca]. Queremos desfrutar deste triunfo na viagem para ‘baixo’ e estarmos prontos para a próxima jornada.
A prestação dele [Nakajima] foi influenciada por um incómodo que ele sentiu no início da partida. Dei-lhe cinco a 10 minutos para ver se havia ou não incómodo. O Lucas Fernandes e o Luquinha são jogadores criativos. Para não correr riscos de o perder por mais tempo, substituí-o”.