Salvato Trigo foi condenado pelo Tribunal Judicial da Comarca do Porto a um ano e três meses de prisão, suspensa por igual período, pelo crime de infidelidade, por ter sido dado como provado o desvio de 2,2 milhões de euros, da fundação que gere a Universidade Fernando Pessoa (UFP), da qual é reitor, em benefício próprio e da sua família, usando para tal uma empresa.
Segundo avança o jornal “PÚBLICO” este sábado, na sua edição em papel, ao ex-Presidente da Assembleia Municipal de Ponte de Lima – cargo que assumiu entre 2013 e 2017, nas listas do CDS/PP – valeu-lhe o facto de estar “socialmente inserido e não possuir antecedentes criminais”, para se livrar de cumprir pena de prisão efetiva. Isto, apesar de Salvato ter sido condenado a dez meses de pena de prisão, também suspensa, nos finais dos anos 90, num processo relacionado com desvio de subsídios da União Europeia, quando era diretor da Escola de Jornalismo do Porto, crime que já foi apagado dos seus registos criminais – de acordo com nota do Ministério da Justiça, as penas de prisão com duração inferior a cinco anos só ficam no cadastro por um prazo de cinco anos, após findo o cumprimento da pena.
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O julgamento do reitor da UFP teve início em outubro do ano passado e decorreu à porta fechada.
Durante o julgamento, em declarações ao mesmo jornal, que desde o início seguiu o processo, Salvato Trigo dizia que a “acusação é completamente falsa”, insistindo na presunção de inocência: “Isto é uma vingança de um antigo técnico oficial de contas da instituição”, garantia o reitor, natural de Ponte de Lima, que terá interposto um recurso judicial para impedir o “PÚBLICO” de consultar o processo.
O caso foi denunciado pela Ordem dos Contabilistas Certificados.
Salvato Trigo, de 70 anos, nasceu em Estorãos, Ponte de Lima, em 1948. Antigo militante do PSD, foi cabeça de lista à Assembleia Municipal naquele concelho do Alto Minho em 2013, pelo CDS – antes foi mandatário das candidaturas presidenciais de Mário Soares e Jorge Sampaio, do PS.