Salvato Trigo acusado de desviar 3 milhões

Salvato Trigo. Foto: DR

Salvato Trigo, reitor da Universidade Fernando Pessoa (UFP), está a ser julgado no Porto por, alegadamente, ter canalizado “pelo menos” três milhões da instituição para uma empresa, cujos sócios são o próprio, a mulher e os dois filhos, avança o jornal “Público”.

O também ex-presidente da Assembleia Municipal de Ponte de Lima, cargo que exerceu até outubro passado, está acusado de ter montado diversos esquemas para fazer sairavultadas quantias de dinheiro das contas da fundação que detém a UFP, através da “Erasmo”, empresa detida pela família.

O julgamento teve início em outubro e está a decorrer no Tribunal Judicial do Porto, à porta fechada.

Desde os anos 1990, a Universidade Fernando Pessoa (UFP) também tem um pólo em Ponte de Lima. Foto: DR/Flickr

Contactado pelo “Público”, Salvato Trigo diz que a “acusação é completamente falsa”, insistindo na presunção de inocência.

“Isto é uma vingança de um antigo técnico oficial de contas da instituição”, garante o reitor, natural de Ponte de Lima, que terá interposto um recurso judicial para impedir o jornal de consultar o processo.

O caso, denunciado pela Ordem dos Contabilistas Certificados, foi analisado por um juiz de instrução que, face aos elementos de prova existentes, decidiu levar Salvato Trigo a julgamento. O Ministério Público estima que a vantagem patrimonial obtida com os ilícitos criminais seja de pelo menos 3.033.056 euros.

O antigo militante do PSD, que, em 2013, foi cabeça de lista do CDS à assembleia limiana, mas que também foi mandatário das candidaturas presidenciais de Mário Soares e Jorge Sampaio, do PS, está a ser julgado pelo crime de infidelidade, um ilícito punido “com pena de prisão até três anos ou com pena de multa”, segundo a mesma fonte.

A compra de uma casa contígua à reitoria da UFP, no Porto, em 2006, onde atualmente funciona a Escola de Pós-Graduações, seguida do pagamento de uma renda de 40 mil euros mensais à “Erasmo”, empresa da família, será o negócio mais prejudicial para a fundação que detém a universidade, sendo que o “Público” revela outros exemplos de promiscuidade entre ambas as partes.

Esta não é a primeira vez que Salvato Trigo é julgado. No final da década de 1990, quando era diretor da Escola Superior de Jornalismo do Porto, o reitor foi condenado a dez meses de prisão, suspensos, num processo relacionado com o desvio de subsídios comunitários.

 

 

 
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