O presidente do SC Braga, António Salvador, considerou hoje “legítima” a pretensão dos adeptos de ver o clube fortalecer a sua posição na sociedade anónima desportiva (SAD) e mostrou-se disponível para comprar ações dos pequenos acionistas.
Discursando na assembleia-geral (AG) extraordinária para discussão e votação de uma proposta de alteração dos estatutos, o dirigente debruçou-se sobre a que mais polémica suscitou, a de eliminação do ponto que dita que, em todas as SADs em que o SC Braga participe, “existentes ou futuras, será mantida, direta ou indiretamente, a maioria do capital social e número de votos correspondente a essa posição societária”.
Considerando que a proposta de alteração visa “adequar os estatutos à realidade” e defendendo que “a participação que o clube atualmente detém na SAD serve em absoluto os seus interesses, não bloqueando a estrutura acionista a parceiros que possam valorizar a sociedade e apoiar o seu crescimento e afirmação num mercado cada vez mais global”, António Salvador disse, contudo, “compreender e aceitar que haja quem deseje ver o clube fortalecer ainda mais a sua posição na SAD e que essa pretensão é legítima, tendo em conta que há cerca de 16% de pequenos acionistas”.
Nesse sentido, o líder ‘arsenalista’ lançou um “repto” aos sócios que são simultaneamente acionistas da SAD no sentido de estes “cederem via doação as suas ações, de modo a permitir que o clube aumente a sua posição no capital social da SAD”.
“Àqueles que não pretendam simplesmente doar as ações, o clube está disponível para negociar a sua aquisição onerosa pelo que devem contactar-nos nesse sentido”, acrescentou.
O SC Braga detém 36,99% das ações da SAD, a Qatar Sports Investment (entidade cujo beneficiário efetivo é o estado do Qatar e que é proprietária dos franceses do Paris Saint-Germain) possui 29,60%, a Sundown Investments tem 17,04%, estando ainda 16,37% anexados à categoria “outros acionistas”.