Declarações dos treinadores após o Moreirense – Rio Ave (0-1), jogo da 26.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado no Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas, em Moreira de Cónegos:
Ricardo Soares (treinador do Moreirense): “O jogo tem duas partes completamente distintas. Na primeira parte, fomos muito passivos. O Rio Ave, fruto de um interior muito forte, obrigou-nos a deslocamentos maiores do que os que queríamos. Demos espaço entre linhas, não tivemos bola e não fomos capazes de sair para o ataque. Costumamos ser fortes nas transições e isso não aconteceu [na primeira parte].
Na segunda parte, tínhamos de fazer outro tipo de jogo e fizemos. Atendendo à primeira e à segunda parte do Moreirense, o resultado mais justo era o empate. O Rio Ave criou-nos alguma dificuldade em transição, mas tivemos uma oportunidade para empatar, o que seria justo, por aquilo que os jogadores trabalharam.
Não existirão quebras de confiança. Sabemos o que fazemos, acreditamos nos jogadores que temos e, quando se joga como jogámos na segunda parte, mais motivos temos para que a confiança permaneça. Hoje, fizemos uma segunda parte que até foi a melhor segunda parte que já fizemos cá. Tivemos um jogo de posse em que obrigámos o adversário a ir para trás. Fomos muito fortes na reação à perda.
Quem entrou, entrou muitíssimo bem. Fomos muito mais pressionantes [na segunda parte] e os jogadores que entraram deram qualidade ao jogo. isso permitiu-nos fazer uma segunda parte de grande nível. Se tivéssemos estado melhor na tomada de decisão, certamente teríamos conquistado pontos”.
Carlos Carvalhal (treinador do Rio Ave): “Era um jogo que antevíamos difícil. Aqui só tinham ganhado o Benfica, o FC Porto e o [Sporting de] Braga. [O Moreirense] já não perdia há sete jogos consecutivos. É uma equipa boa e bem orientada. Surpreendemos um pouco o Moreirense, fizemos a primeira parte. A nossa reação à perda de bola foi excelente. Com isso, tivemos o controlo do jogo e oportunidades. Marcámos numa delas. Fomos para o intervalo a vencer, com justiça no ‘marcador’.
A segunda parte foi diferente. Fomos perdendo energia. O Moreirense começou a atirar mais jogadores para a frente, mas parece-me que controlámos muito bem. A nossa equipa soube fechar-se muito bem. Não me recordo de alguma defesa que o Pawel [Kieszek] fez na segunda parte. Nós tivemos duas ou três oportunidades para fazer o segundo golo.
Se o Moreirense tivesse feito o empate numa daquelas bolas que cruzou a área, tínhamos de aceitar o resultado, mas pelo labor da nossa equipa e pela qualidade apresentada, somos uns justos vencedores.
Sofremos golos muito atípicos nesse jogo [com o Paços de Ferreira, em que o Rio Ave perdeu 3-2]. Ao rever o jogo, perguntei-me sobre o que é que poderíamos melhorar. Temos poucas semanas de trabalho e as equipas cometem erros. Não tivemos jogos de treino. Esses jogos é que nos permitem aferir se as equipas estão bem ou mal. Hoje demos um passo em frente em relação ao jogo com o Paços de Ferreira. Esperamos dar mais um passo em frente na quarta-feira, no jogo com o Benfica [27.ª jornada].
Não acho que sejam necessárias as cinco substituições. Elas seriam necessárias se os jogos decorressem de três em três dias, com os jogadores a não serem capazes de recuperar. Com as cinco substituições, uma equipa pode segurar a bola, desgastar o adversário e apostar num jogo mais físico, graças às cinco substituições. Uma equipa cansada aos 75 minutos devido à posse de bola do adversário pode mudar o jogo com cinco substituições. O Rio Ave foi contra esta alteração. Vamos ter de o utilizar da melhor forma.
Falei com o Jorge Sousa no final do jogo [sobre o possível final de carreira do árbitro quando a época terminar]. Seria uma perda muito grande para o futebol português se ele decidisse abandonar já o futebol. Espero que reconsidere a decisão”.