A Rússia vai facilitar o acesso à nacionalidade russa para estrangeiros que assinem um contrato com as Forças Armadas, através de um decreto assinado hoje pelo Presidente, Vladimir Putin.
“Cidadãos estrangeiros ou apátridas que assinem um contrato de serviço nas Forças Armadas Russas (…), por pelo menos um ano, e participem (ou tenham participado) em operações militares por pelo menos seis meses” podem beneficiar de um procedimento simplificado para obter um passaporte russo, de acordo com o decreto.
Além disso, mulheres, pais e filhos de quem morre no cumprimento de serviço militar podem solicitar a nacionalidade, através de um outro procedimento simplificado, de acordo com a agência de notícias Interfax.
As candidaturas serão processadas num prazo não superior a três meses, a contar da data de apresentação dos documentos necessários, conforme consta do decreto, que entra em vigor a partir do momento da sua assinatura, e procura dar resposta às necessidades militares perante a atual invasão da Ucrânia.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas – mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,4 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.