Rússia aumenta receitas de petróleo e gás apesar da guerra e de sanções

Guerra

As receitas de petróleo e gás da Rússia aumentaram 28% em 2022, apesar das sanções pela invasão da Ucrânia e de medidas ocidentais para reduzir a dependência energética de Moscovo, anunciou hoje o Governo russo.

O vice-primeiro-ministro Alexander Novak disse que o aumento se traduziu em 2,5 biliões de rublos (33,7 mil milhões de euros, ao câmbio atual).

Na indústria do petróleo, a produção aumentou 2% no ano passado, para 535 milhões de toneladas, e as exportações cresceram 7%.

Estes resultados foram alcançados “apesar das ações dos países hostis e das restrições de sanções”, disse Novak durante uma reunião entre o primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, e os seus vários vice-primeiros-ministros, segundo a agência espanhola EFE.

De acordo com a agência noticiosa oficial TASS, a Rússia exportou 231 milhões de toneladas de petróleo em 2021.

Novak disse à TASS, em dezembro, que a Rússia planeia aumentar as exportações de petróleo para 260 milhões de toneladas até 2025, sobretudo com vendas aos países asiáticos.

Na previsão do desenvolvimento socioeconómico para 2023-2025, o Ministério do Desenvolvimento Económico da Federação Russa antecipou um aumento de 12,1 milhões de toneladas na produção de petróleo, para 243,1 milhões de toneladas.

Em retaliação por ter invadido a Ucrânia, em 24 de fevereiro do ano passado, a Rússia tem sido alvo de sucessivos pacotes de sanções económicas por parte dos aliados ocidentais de Kiev.

Uma dessas medidas é a imposição de um limite de 60 dólares por barril no petróleo bruto russo para minar as receitas do Estado que lhe permitem financiar a guerra na Ucrânia.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, criticou a medida por considerá-la insuficiente para prejudicar a economia russa, noticiou, em dezembro, o jornal russo Novaya Gazeta Europe, crítico de Moscovo.

A Ucrânia e a Polónia pretendiam que o limite correspondesse a metade do que foi aprovado, segundo o mesmo jornal.

Para diminuir a excessiva dependência dos fornecimentos energéticos russos e fazer face a cortes retaliatórios de Moscovo, a União Europeia (UE) e muitos países europeus também têm procurado mercados alternativos, incluindo Estados Unidos e Médio Oriente.

Novak reconheceu que a produção de gás diminuiu como resultado das sanções ocidentais e do que descreveu como sabotagem dos gasodutos Nord Stream 1 e Nord Stream 2, que o Ocidente suspeita ter resultado de uma ação de Moscovo.

Mas, ao mesmo tempo, a produção e exportação de gás natural liquefeito (GNL) aumentou 8%, disse o vice-primeiro-ministro russo.

Segundo Novak, as exportações de GNL atingiram 46 mil milhões de metros cúbicos em 2022.

Para compensar a perda de exportações para a Europa, a Rússia encontrou na China um grande comprador do seu gás, que atingiu um recorde de 15,5 mil milhões de metros cúbicos no ano passado.

Trata-se de um aumento de 49% em relação a 2021, de acordo com os números oficiais russos.

Novak admitiu ainda que as exportações de carvão russo, sujeitas a um embargo da UE desde agosto passado, caíram 7,6% em 2022.

 
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