O presidente da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, afirmou hoje que após as eleições de 10 de março o partido está disponível para “participar em soluções que transformem o país”, sublinhando que “um governo minoritário é um governo constitucional”.
Em declarações aos jornalistas durante uma visita ao mercado de Braga, Rui Rocha ressalvou que a disponibilidade da IL tem como condição que o Chega fique de fora de qualquer solução.
“A democracia faz-se de diversas soluções e, portanto, um governo minoritário é um governo constitucional possível e pode ter essa visão reformadora e, portanto, nós cá estaremos para ajudar e contribuir e participar em soluções que transformem o país”, referiu.
Rui Rocha disse que a IL tem mantido com o PSD “uma relação cordial”, adiantando que é preciso esperar pelo resultado das eleições para definir os cenários governativos.
“Temos dois objetivos fundamentais: mudar o governo, mas também mudar o país. A Iniciativa Liberal é um partido responsável e, dentro desse objetivo de mudar o governo e mudar o país, um tem de acontecer com o outro, nós saberemos assumir as nossas responsabilidades e no dia a seguir às eleições cá estaremos para negociar o futuro”, acrescentou.
Em relação ao Chega, Rui Rocha disse que não há qualquer entendimento possível.
“Soluções que não transformam o país para nós não são desejáveis e, portanto, dessas nós estaremos fora, seguramente”, vincou.
O líder liberal criticou ainda António Costa, acusando-o de, na abertura do congresso do PS, ter tido um discurso “completamente desfasado da realidade” do país.
“Quando nós descemos à terra, quando vimos falar com as pessoas, quando vemos as suas dificuldades, esta é a verdade do país e esta é a realidade do país”, referiu, aludindo ao custo de vida, aos salários baixos e aos jovens que são obrigados a emigrar.
“É esta realidade que nós queremos mudar a partir de 10 de março, com crescimento económico, com melhores salários, com uma reforma estrutural na saúde, que permita às pessoas terem médico, terem a cirurgia quando precisam e não ao fim de um ano, dois anos de espera, em condições de sofrimento, muitas vezes”, disse ainda.
Em relação à demissão de António Costa, Rui Rocha defendeu que o primeiro-ministro não tinha quaisquer condições para continuar, face a casos como as suspeitas de tráfico de influências do “seu melhor amigo”, os 75 mil euros encontrados no gabinete do seu chefe de gabinete e a “lei específica” que o ministro João Galamba “está a ser acusado de ter criado para favorecer determinados empreendimentos”.
“Como é que alguém estaria em condições de continuar em funções?”, questionou.
Noutro âmbito, Rui Rocha desvalorizou a recente saída de alguns militantes, por entre críticas ao alegado “centralismo” da direção do partido.
“Eu não me pronuncio sobre discursos desfasados da realidade, sejam eles de quem for”, referiu, garantindo que “por cada saída que acontece, entram mais liberais na IL”.