Rui Rio acusa Costa de passar “linha vermelha” de Soares, PM orgulhoso de “derrubar muro”

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O presidente do PSD acusou hoje António Costa de passar “linha vermelha” de Mário Soares e colocar-se “nas mãos” de PCP e BE, com o primeiro-ministro a responder com “muito orgulho” de ter, em 2015, “derrubado o muro”.

No arranque do debate na generalidade do Orçamento do Estado, Rui Rio considerou que o país vive uma fase “de profunda instabilidade política”, não apenas pelo anunciado chumbo do documento por BE e PCP.

“Mesmo que passe, está à vista que a maioria parlamentar que o apoiou se desfez por completo. Para passar o OE, vai ter de andar à pesca a linha e mudar o isco no anzol consoante o peixe que quer pescar”, criticou.

Para o líder do PSD, se no ano passado a chamada ‘geringonça’ já “estava coxa, hoje não tem pernas para andar”.

“Está sentada numa cadeira de rodas, à espera que alguém a empurre”, afirmou.

Rio fez questão de citar o fundador do PS Mário Soares, que “estabeleceu uma linha vermelha, porque percebeu que nunca podia ficar nas mãos do PCP e, neste caso, do BE”.

“Inverteu toda a lógica de Mário Soares e, mais, agravou quando disse que quando precisasse dos votos do PSD para aprovar o Orçamento, o seu Governo acabaria”, disse.

Neste Orçamento, considerou, “ainda deu mais ao PCP e BE, só que desta vez não chegou”.

“Porque o senhor primeiro-ministro colocou-se de tal modo nas mãos deles que agora quem mandam são eles”, acusou.

Na resposta, Costa manifestou “muito orgulho” por, em 2015, “ter rompido com um mito da política, que era o mito do arco da governação, que estabelecia um muro de Berlim, onde do lado de cá estavam PS, PSD e CDS, e do outro todos os excluídos da participação em responsabilidades executivas”.

“Tenho muito orgulho de ter derrubado esse muro e ainda mais com o apoio do então vivo dr. Mário Soares”, afirmou.

Costa considerou ainda que Rio seria “a última pessoa que imaginava” a falar em estabilidade política.

“Que estabilidade tem vossa excelência a oferecer?”, questionou, numa referência indireta às eleições internas do PSD, marcadas para 04 de dezembro.

 
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