Os “Ronaldos” portugueses da Fórmula 1 escolar “moram” em Famalicão e querem representar Portugal na final mundial do “F1 in Schools” que se realiza em outubro em Austin, nos Estados Unidos, mas precisam de mecenas.
A ‘Inv1ctus’ é uma equipa constituída por quatro alunos do Agrupamento de Escolas Padre Benjamim Salgado, de Joane, concelho de Famalicão, que são “pilotos” e “engenheiros” de um minicarro de Fórmula 1 que pesa 55 gramas e demora segundos a percorrer vários metros.
A velocidade é conseguida depois de ativada uma botija de CO2 que está na parte de trás do carro.
As técnicas foram sendo adquiridas ao logo de quatro anos – no primeiro ganharam quatro das cinco medalhas em disputa e a partir daí começaram a competir com os “tubarões” da área – quer em horário pós-letivo com a ajuda dos professores António Paiva e Luís Cerejeira, quer através de contactos com universidades e empresas.
Disputaram o Nacional de “F1 in Schools” com 18 equipas e agora querem voltar a pisar um pódio desta feita no Texas e nem é a concorrência – 40 equipas de todo o mundo – que mais os assusta mas sim o facto deste projeto ter deixado de ter financiamento público, pelo que lhes resta “bater às portas”. Até ponderam fazer rifas, contaram.
Precisam “no mínimo” de 18 mil euros. Falta-lhes “mais de metade”. A câmara de Famalicão vai apoiar com 750 euros, aumentando o apoio face ao ano passado quando o projeto ainda tinha financiamento.
Rui Diogo (a frequentar Ciências e Tecnologias) é o líder da equipa, enquanto Alexandre Pereira (curso de Automação) dirige a produção. Pedro Fernandes (Ciências e Tecnologias) é o engenheiro mecânico e a Paulo Fernandes (Ciências Socioeconómicas) cabe o papel de ‘marketing manager’.
“Antes de estar neste projeto até nem tinha boas notas. A escola não era bem a nossa prioridade mas isto fez-nos despertar”, contou Rui Diogo.
O líder da ‘Inv1ctus’ acredita que, se a equipa for ao Mundial de Austin, terá “boas possibilidades” de “ficar num lugar de pódio” e conta que “o carro está a ser afinado e trabalhado” sem que coloquem a hipótese de “faltar” a “grande final”.
Uma vitória no Texas representa, entre outras mais-valias, uma bolsa de estudo na Universidade de Londres.
O júri avalia não só a velocidade e composição do carro, mas também o portefólio, a apresentação, entre outros aspetos. Garantem estar preparados.
“Ser campeão nacional quer dizer muito. Tenho a certeza que estes jovens conseguirão estar presentes no Mundial e orgulhar Portugal”, referiu hoje, em conferência de imprensa, o padrinho da ‘Inv1ctus’, o ex-piloto de Fórmula 1, Pedro Matos Chaves.
Esta convicção foi partilhada pelo vereador da Educação famalicense, Leonel Rocha, bem como pelo diretor do agrupamento de escolas, Alfredo Mendes. Ambos apontaram que “bons alunos não são só os que marram” e contaram que nenhum destes jovens “desistiu apesar de vários reveses”.
Também Elsa Faria, representante do Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal (CITEVE) que adquiriu a pista que tem permitido a Famalicão ser o palco do Nacional de “F1 in Schools”, lamentou o fim do apoio público a este projeto mas reiterou “confiança” no sucesso da ‘Inv1ctus’.
As empresas e instituições de ensino podem ajudar quer financeiramente, quer com cedência de material e espaço para melhoramento do carro e das técnicas.
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