Romaria D’Agonia já não é só de Viana e há cada vez mais forasteiros apaixonados

Foto: Joca Fotógrafos / O MINHO

Lúcia Santos, de Gondomar, no distrito do Porto e, Gonçalo Correia, de Setúbal não têm nenhuma ligação a Viana do Castelo, mas todos os anos a chieira que sentem pela Romaria d’Agonia fá-los regressar à capital do Alto Minho.

Na quinta-feira, sai às ruas da cidade, às 16:00, um dos pontos alto do programa das festas, o desfile da Mordomia que, este ano, conta com a participação de 906 mulheres.

Lúcia Santos, de Gondomar, de 35 anos será uma das mordomas.

Foi no Porto, numa loja de antiguidades, que comprou o primeiro traje à Vianesa da freguesia de Areosa que, todos os anos, enverga “com toda a chieira” no desfile da Mordomia.

“É um momento em que estamos todas bonitas, orgulhosas e, isso passa para as pessoas que nos estão a ver desfilar e que nos aplaudem. Há uma empatia e amor mútuo que é muito interessante. E quem vive, sente e, é muito bom”, contou.

Entretanto, comprou o traje de mordoma e de Dó, que vai emprestando às amigas de Gondomar que decidem quer “viver a experiência de participar na romaria”.

A assistente técnica participa “desde os 16 anos em todos os números da festa” que conheceu “ainda pequena, durante as férias que fazia com a família.

“As festas d’Agonia não se conseguem explicar, sentem-se. Faz-me muito bem participar em todos os números das festas”, afirmou.

O filho, de 7 anos, é entusiasta dos bombos, cabeçudos e gigantones e já tem traje para quando quiser fazer parte de algum número.

“Sinto uma ligação que não sei explicar, mas sei que me faz sentir em casa e a minha família respeita e acompanha esse sentimento. Costumo dizer que Viana do Castelo, durante todo o ano, é o meu bálsamo para aguentar o dia-a-dia. Sinto uma ligação que não sei explicar, mas sei que me faz sentir em casa. Por saber disso, o meu marido pediu-me em casamento no zimbório do Templo de Santa Luzia, há onze anos”, contou.

Gonçalo Correia, de 21 anos veio, pela primeira vez, às festas ainda “na barriga” da mãe, tal como a irmã de 13 anos. Desde então regressou sempre com a família, que passou a alugar casa em Viana do Castelo para as festas.

“Nada liga a minha família a Viana do Castelo. As histórias que a minha mãe me contou é que um dia se lembraram de ir passear a Viana do Castelo. Estavam a decorrer as festas. A minha família gostou tanto que, desde então, volta sempre para as festas”, explicou.

Em 2019, Gonçalo estreou-se como figurante nos desfiles e cortejos como cabeçudo. A pandemia de covid-19 e, em 2021, o estágio profissional impediram-no de participar na romaria.

Em 2022, o jovem também desfilou com o traje da Ribeira, acompanhado pela irmã que anseia pela idade mínima obrigatória [14 anos] para desfilar na Mordomia.

“Nas festas d’Agonia é tudo especial. É um sentimento que não se consegue explicar, sente-se, mesmo não sendo natural de Viana do Castelo. É uma emoção muito grande. Parece que o coração nos salta”, afirmou.

Técnico de cozinha e pastelaria, Gonçalo quer deixar Setúbal e ir viver em Viana do Castelo.

“Neste momento estou num trabalho de verão em Troia, mas vou começar a ver o que consigo arranjar em Viana”, adiantou.

 
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