O grupo têxtil Riopele vai reforçar a aposta na transição digital e apresenta em 29 de junho, por ocasião do QSP Summit, a sua primeira coleção no metaverso, anunciou a empresa.
A empresa de Famalicão pretende, com esta inovação, renovar “a ambição de ser uma empresa líder à escala europeia”, apresentando assim uma “nova solução tecnológica de ponta ao serviço dos seus clientes”.
As origens do nome metaverso estão associadas ao romance de ficção científica Snow Crash, de Neal Stephenson, publicado em 1992. A palavra acabou por ganhar cunho na área da tecnologia e, de acordo com o dicionário da Porto Editora, é “um tipo de mundo virtual em que se reproduz a realidade através de dispositivos digitais e em que os utilizadores interagem uns com os outros”.
Nesse sentido, Rui Oliveira, diretor de Sistemas de Informação da Riopele, numa nota publicada no site da empresa, refere que esta nova apoassta “permitirá que clientes, fornecedores e parceiros da Riopele possam experienciar os tecidos no mundo digital”.
Rui Oliveira adianta que “com este projeto, que se enquadra no âmbito dos projetos de digitalização de amostras e de prototipagem virtual de produtos, a Riopele colocará no metaverso todas as ferramentas da empresa para que os clientes possam analisar as coleções, verificarem as funcionalidades e efeito visual dos tecidos em peças digitais com elevado realismo”.
A “meta-coleção” será apresentada pela primeira vez ao público no QSP Summit, que decorre na Exponor, em Matosinhos, pelas 11:00, em 29 de junho.
Um potencial mercado a nível global
De acordo com um estudo da consultora empresarial McKinsey & Company, apelidado de “Value creation in the metaverse”, é esperado que, até 2030, o crescimento do metaverso supere os 5 biliões de euros, com metade a representar o comércio eletrónico. Aprendizagem, Publicidade e jogos compõe também as maiores ‘fatias’ do crescimento económico esperado.
Ajudar os clientes a entrar no universo digital
Desta forma, a Riopele propõe-se a ajudar os clientes, uma vez que “as empresas que não possuam equipas internas de execução de amostras digitais, poderão recorrer à tecnologia da Riopele para entrar nesta nova era digital”.
“(…)a nossa convicção é que o físico e digital não são mutuamente exclusivos, mas sim complementares. O metaverso – continuou – irá trazer ganhos em termos de rapidez de desenvolvimento de coleções, eliminará os desperdícios da cadeia de valor da Indústria Têxtil e do Vestuário, promovendo a sustentabilidade por essa via, e melhorará a capacidade de oferta de coleções adequadas a cada cliente de forma custo-eficiente”, declarou Rui Oliveira.
Segundo a mesma nota, a Riopele iniciou a abordagem ao metaverso há cinco anos. “Apesar do termo ter ganho popularidade recentemente, as tecnologias subjacentes já existem há muito. Podemos citar por exemplo o controlo e acompanhamento de produção em tempo real numa das nossas fábricas, através do metaverso, projeto esse que já se encontra operacional desde 2018”, recorda Rui Oliveira.
Explica que a digitalização tem “permitido um acesso facilitado ao conhecimento inimaginável há algumas décadas, o que ao ser bem utilizado e bem filtrado pelos recetores desse conhecimento, permite fontes de inspiração mais diversificadas e ricas”.
Por outro lado, do acesso a tecnologias 3D e tecnologias imersivas e de realidade virtual ou aumentada, a forma como a Riopele capta a atenção de clientes empresariais ou consumidores finais é muito mais complexa.
“Isto obriga a uma maior criatividade das coleções e de como as mesmas são apresentadas num ambiente digital. O tempo que temos para captar a atenção no digital é muito menor pois estamos a interagir com no máximo 3 sentidos de clientes ou compradores. Temos que ser muito mais criativos para marcar a diferença”, concluiu.