Rio “focado no dever” de recuperar câmaras para começar a “mudar o país”

Política
Rui Rio. Foto: Instagram de PSD

O presidente do PSD assegurou hoje estar “focado no dever” de começar a recuperar câmaras para o partido poder “mudar o país”, escusando-se a responder a notícias sobre possíveis candidatos à disputa da liderança.

“É notório que o país precisa de uma mudança, as pessoas pensam que só pode ser feita a partir do Governo, mas se conseguirmos a mudança em muitas autarquias do país, o país começa a transformar-se a partir das autarquias”, defendeu Rui Rio em declarações aos jornalistas, no final de uma ação com a candidata Suzana Garcia, apoiada pelo partido.

Questionado como vê quem também pretende a mudança no PSD – depois de notícias de que o eurodeputado Paulo Rangel está a preparar terreno para se candidatar à liderança do partido -, Rio não quis responder diretamente.

“Propus-me ser presidente do partido, num mandato anterior, e agora neste mandato. Neste mandato – depois haverá eleições internas em janeiro – o que há de mais relevante são as eleições autárquicas, muito importantes para o PSD e para o país”, afirmou.

Segundo Rio, tal como um presidente de uma empresa, o líder de um partido deve empenhar-se nos objetivos do seu mandato de dois anos, que agora passam por “o PSD conseguir recuperar o que se tem vindo a perder” em termos autárquicos.

“Eu estou focado em fazer isso, é isso que vou fazer, independentemente de mais artigo menos artigo. Estou focado no maior interesse do PSD, que é conseguir o melhor resultado possível nas autárquicas”, afirmou, respondendo com um “não vou comentar isso” a todas as restantes perguntas sobre o tema.

Questionado se as eleições de 26 de setembro poderão ser um “tudo ou nada” para a sua liderança, Rio respondeu negativamente.

“Primeiro, o que está em causa não sou eu, é o partido e não são tudo ou nada no partido (…) São muito importantes, mas não é decisivo, não vamos ser dramáticos”, afirmou.

Rio apontou a Câmara da Amadora como “emblemática” para a mudança que considera poder começar no país nas autárquicas, incluindo este concelho entre vários que se encontram num estado de “imobilismo”.

Questionado se concorda com as mensagens antissistema da candidata Suzana Garcia – que colocou vários cartazes onde se lê que é preciso “fazer tremer” o sistema -, Rio salientou que são mensagens que ele próprio já usa há muitos anos.

“Obviamente que cada um tem o seu estilo e cada um tem a sua maneira, mas é evidente que estamos a caminhar para um sistema cada vez mais anquilosado”, disse, recebendo um “muito bem” da candidata ao seu lado e palmas dos apoiantes que acompanharam a iniciativa.

Rio considerou que “certamente” o partido pode vencer na Amadora e, à pergunta se for o PSD a tremer em 26 de setembro, riu-se e disse apenas: “O PSD como sabe está sempre a tremer”.

“No dia 26 o PSD vai tremer de júbilo com as vitórias que vai ter”, interrompeu Suzana Garcia.

No percurso de cerca de 45 minutos pela Damaia, a candidata e Rui Rio – que apresentou sempre como “o presidente” – tomaram um café, cumprimentaram alguns comerciantes e pessoas que passavam, e Suzana Garcia tirou algumas ‘selfies’ com quem lhe pedia e ia distribuindo rosas brancas.

“Consideramos que as rosas são uma flor resistente, feminina e quando mal manuseada, como quando se manuseia mal o povo, magoa”, justificou.

No final, a candidata pediu à comunicação social que a acompanhasse até à entrada do Bairro da Estrada Militar, dizendo “não querer mais favelas na Amadora”.

“A um raio de 10 quilómetros da Assembleia da República temos crianças e famílias a viver neste desconsolo, e que aqui se encontram há mais de 24 anos, nuns casos, e há mais de 42, noutros”, criticou, acrescentando que mais de 97% das famílias que pediram para serem realojadas não o conseguiram.

Além de Suzana Garcia (PPD-PSD/CDS-PP/Aliança/MPT/PDR), candidatam-se à Câmara da Amadora a atual presidente do PS Carla Tavares, Deolinda Martins (BE), António Borges (CDU), José Dias (Chega), Gil Garcia (MAS) e Henrique Tigo (PPM, RIR).

O atual executivo é formado por sete eleitos do PS, dois da coligação Amadora Mais (PSD/CDS-PP), um da CDU e um do BE.

 
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