O português Rui Bragança despediu-se da competição olímpica de taekwondo com um nono lugar em -58kg e, à chegada a Portugal, fez questão de mostrar que, apesar de não trazer a medalha, regressa com sentimento de dever cumprido.
O atleta, de 24 anos, bicampeão europeu do seu escalão, perdeu o combate dos quartos-de-final com Luisito Pie e não foi repescado devido à derrota do dominicano nas meias-finais, deixando um sabor amargo na sua participação nos Jogos Olímpicos Rio2016.
Ainda assim, Rui Bragança encara com otimismo o desempenho, mas admite que “é preciso mudar muitas coisas” para que se façam melhores resultados.
“Todos demos o tudo por tudo. E, apesar dos resultados não terem sido aquilo que os portugueses esperavam, a verdade é que só em diplomas olímpicos, e com a medalha da Telma, estes foram os melhores Jogos Olímpicos de sempre em termos de pontuação coletiva”, começou por explicar o atleta à chegada ao aeroporto do Porto.
Rui Bragança acredita que a maior parte das pessoas nem sonha as dificuldades que os atletas portugueses ultrapassam na competição: “É verdade que o que passa é que só houve uma medalha, mas as pessoas nem imaginam os sacrifícios que os atletas tiveram, as lesões que todos nós tivemos e que não podemos passar para fora para os nossos adversários não saberem? Às vezes, só o facto de conseguir terminar uma prova já é uma coisa incrível. Por isso, acho que falo por toda a gente quando digo que a missão foi cumprida. Os resultados, se calhar toda a gente queria um bocadinho mais, mas foi muito bom”.
“Toda a gente que vai lá, vai para lutar pelo ouro. Pelo menos, sonha com isso. Mas a verdade é que faltou só um bocadinho de sorte. As coisas estavam muito bem preparadas. Deu para ver que no primeiro combate fizemos aquilo em que acreditávamos e vimos que isso estava certo. O combate seguinte já foi muito mais tático. E faltou-me aquela pontinha de sorte”, referiu.
Na bagagem não traz a medalha, no entanto, Rui Bragança garante que chega carregado com a sensação de dever cumprido.
“Saio com o sentimento de dever cumprido. Completamente. Nós fizemos a pior parte, que foi chegar lá. Faltou pouco para chegar a uma medalha, mas, mesmo assim, venho com o sentimento de dever cumprido”, frisou ainda.
Rui Bragança alerta ainda para as fracas condições em que os atletas portugueses são obrigados a treinar e lembrou a necessidade de mudar para que se possa ir cada vez mais longe.
“Quando nós falamos com atletas de outras nacionalidades, eles quase que têm pena de nós. Quando nós dizemos que temos que pagar isto ou pagar aquilo, ou quando dizemos que o nosso centro de treinos é assim ou assado, isso para eles é impensável. Se as coisas não mudarem, é impossível repetir aquilo que nós fizemos até agora. O sacrifício foi demasiado grande e é impossível repetir”, admitiu.
Finalmente, Rui Bragança fez um agradecimento a todas as pessoas que o defenderam quando foi alvo de críticas pelo seu desempenho nos Jogos Olímpicos e garantiu que são estes bons momentos que vai guardar e nunca as críticas negativas.
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