A Câmara de Braga está a realojar seis famílias que residem no bairro social do Picoto, e cujas casas estão em risco de derrocada. O presidente, Ricardo Rio, adiantou, hoje, o facto, em reunião de Câmara, na qual se debateu o problema da falta de nadadores-salvadores e se trocaram acusações – entre o autarca e o vereador socialista Artur Feio – sobre a segurança do Mercado Municipal.
Sobre este assunto, o socialista lamentou que Ricardo Rio tenha dito, aquando da visita que os vereadores do partido – fizeram ao Mercado, que tinha feito “afirmações alarmistas e alucinadas”, o que considerou impróprio do convívio democrático.
Insistiu na tese de que as portas de saída têm lacunas – e pediu o certificado de segurança emitido pela Proteção Civil -, e lamentou que, dois anos depois da abertura são já necessárias obras, sobretudo ao nível da estrutura exterior.
Rio respondeu que os técnicos da Proteção Civil camarária classificaram as declarações de Feio sobre o mercado como um “chorrilho de asneiras” e garantiu que o equipamento tem um Plano de Segurança devidamente preparado e em vigor.
O autarca do PS voltou a rejeitar a crítica e o tom do autarca, lembrando que o PS cumpre a sua função de alerta enquanto partido da oposição e contra-atacou dizendo que é engenheiro civil e já vistoriou vários prédios e equipamentos na cidade: “Se quiser eu digo-lhe as soluções”, retorquiu, pedindo que, na próxima reunião do executivo, o autor do adjetivo “chorrilho” esteja presente para ser confrontado com as ditas “lacunas de segurança”.
Pedido com que o presidente da autarquia concordou, adiantando que não será o autor da frase a estar presente, mas sim o responsável concelhio sobre a proteção civil.
Picoto em estudos técnicos
Sobre o Picoto, o presidente da Câmara adiantou que as famílias estão a ser mudadas para apartamentos noutras zonas da cidade, alugadas pela empresa municipal BragaHabit: “Após uma avaliação técnica às restantes, ver-se-á”, disse, sublinhando que se está a procurar programas europeus ou estatais que financiem a requalificação.
O assunto veio à discussão após a aprovação por unanimidade de um protocolo que vai ser assinado entre a empresa BragaHabit e a Fundação La Caixa, para apoio de 60 mil euros às comunidades ciganas locais e que – conforme O MINHO noticiou – abrangem ações que visam o aumento do sucesso escolar, o acesso a processos de aprendizagem ao longo da vida (emprego), e a promoção de hábitos de vida saudável, livres de consumos dependentes e comportamentos de risco.
Na ocasião, o PS pediu que os programas de apoio social existentes sejam alargados ao Picoto, enquanto que a CDU defendeu que o melhor seria demolir o bairro e fazer outro.
A Câmara, e conforme também reportamos, comprou os terrenos por 270 mil euros, tomando assim posse do bairro. O que lhe permite concorrer a fundos comunitários.
Nadadores em falta?
Na reunião, Ricardo Sousa do PS abordou a dificuldade atual na contratação de nadadores-salvadores e a necessidade de se garantir quer a abertura das três piscinas municipais – as duas da Rodovia e a de Maximinos – quer as praias fluviais. E ainda das das freguesias, pedindo que, no caso de em algumas delas não ser possível contratar um nadador, que se garanta o transporte de crianças para outras piscinas.
A CDU, através de Bárbara Barros, defendeu o alargamento dos horários das piscinas, para que possam ser usadas por mais utentes e sugeriu a possível colocação de uma cobertura amovível,
No caso dos horários Ricardo Rio assegurou que haverá alterações na próxima época desportiva e que, no que toca a coberturas, nem todas as freguesias as querem por causa do consequente aumento dos custos de manutenção.
Sobre os nadadores-salvadores – que há escassez a nível nacional -, Rio assegurou que entrou, hoje mesmo, em vigor um contrato com uma nova empresa – depois da desistência da que ganhou o concurso público -, a qual garante a sua colocação nas piscinas municipais e nas praias fluviais. Nas freguesias são as respetivas juntas que os contrataram.