Na comemoração dos 50 anos do 25 de Abril, o presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, alertou para a necessidade de dar “continuidade ao processo de transformação que a Revolução dos Cravos proporcionou ao país”.
Na sessão comemorativa, realizada hoje no Theatro Circo, Ricardo Rio apontou a dignificação, a descentralização e o diálogo como “os três novos D’s que são necessários para cumprir os valores de Abril”.
“Não podemos falar em democracia se estivermos, constantemente, a pôr em causa as instituições e a minar a credibilidade de todos aqueles que nelas exercem funções”, afirmou o edil na sessão promovida pela Assembleia Municipal.
No que se refere à descentralização, acrescentou, “é preciso dar mais poder às autarquias e reconfigurar o mapa administrativo do Estado”.
E, a par da promoção de um diálogo a nível internacional, o autarca bracarense sublinhou também a importância do diálogo à escala local.
“Não podemos aceitar que seja estimulada a xenofobia e o racismo porque Portugal é, por excelência, um país integrador”, frisou, salientando que é necessário “devolver a esperança aos portugueses”.
A par do presidente da Câmara Municipal e da presidente da Assembleia Municipal, Hortense Santos, a sessão solene contou com as intervenções dos líderes e/ou dos representantes dos grupos parlamentares da Assembleia Municipal, nomeadamente João Marques (PSD), Gonçalo Pimenta de Castro (CDS-PP), Pedro Borges de Macedo (PPM), Nuno Durval Silva (Aliança), Palmira Maciel (PS), João Baptista (CDU), António Lima (BE), Márcia Ferraz (Chega), Tiago Teixeira (PAN), Bruno Machado (Iniciativa Liberal), João Oliveira (Grupo dos Presidentes de Junta/Uniões de Freguesia eleitos em listas independentes) e Ricardo Silva (Grupo Freguesia de S. Victor).
A convidada especial da sessão foi Margarida Isaías, presidente da Associação Académica da Universidade do Minho, que deixou um testemunho da forma como os estudantes assinalam os 50 anos de Abril de 1974.
“Como jovem estudante, celebro esta data juntamente com outras duas. O 24 de Março de 1962, data em que nos proibiram de celebrar o Dia Nacional do Estudante, e o 17 de Abril de 1969, quando a ditadura nos recusou a palavra. Duas datas fundamentais na luta pelo Ensino, pela Liberdade e pela Democracia”, afirmou, citada em comunicado da autarquia.
A sessão contou ainda com dois momentos musicais protagonizados pelo grupo “Mulheres do Minho” e pelo Coro da Fundação Bomfim.