Vereador de Guimarães candidato à Federação Distrital de Braga do PS

Ricardo Costa: “Solução para credibilizar os partidos é falar sempre a verdade”

Ricardo Costa, vereador da Câmara de Guimarães, é candidato à liderança da Federação Distrital de Braga do PS, anunciou fonte da candidatura. O socialista pretende suceder a Joaquim Barreto, atual presidente da distrital e deputado na Assembleia da República, de forma a criar uma estratégica personalizada que decorre da distrital para cada concelhia.

Em declarações a O MINHO, o autarca reforça que a sua candidatura passa por uma tentativa de “credibilizar os partidos políticos”. Para o fazer, Ricardo Costa diz ter vários caminhos, mas o essencial é “falar sempre a verdade”.

“O cidadão comum tem de perceber que os partidos também podem ser feitos de pessoas sérias, que querem construir o melhor para os territórios, independentemente da cor partidária”, sublinha.

Para isso, fala em “um plano estratégico” no distrito que possa “ramificar para os concelhos” de forma a credibilizar e a assumir o que é melhor para o cidadão, e não para o partido: “Não podemos ter um concelho onde somos oposição e vamos votar contra só porque somos oposição, isso não faz sentido”, critica.

“Quando somos oposição e tivermos uma estratégia para determinada área que até seja igual à de quem governa, não devemos votar contra só por votar, temos de ser capazes de representar o cidadão comum em todos os aspectos”, aponta.

Apoio das concelhias

Ricardo Costa anunciou a candidatura no domingo, um dia depois das eleições para as concelhias PS, sabendo já que poderá contar com apoios de peso nas maiores concelhias, como é o caso de Guimarães, Fafe, Barcelos e Famalicão.

Braga parece pender para o apoio ao vereador vimaranense, mas Artur Feio ainda não se pronunciou sobre a questão, ao contrário de Miguel Costa Gomes, que até já lançou um vídeo de incentivo.

Para convencer as concelhias, Ricardo Costa fala em “coerência” e no “acabar com crispações”: “Temos que ser coerentes entre o que falamos e o que materializamos. Acho que se têm criado muitas divisões no distrito, por questões administrativas, resultado de um clima de crispação que se vive por entre as próprias concelhias, que em nada abona a favor dos partidos nem dos cidadãos”, realça.

Questionado quanto às “lutas internas pelo poder”, Ricardo Costa garante compromisso para “agregar todos num só projeto comum”, mesmo com divergências, mas para serem “discutidas nos locais certos”.

Conquista de autarquias

Atualmente, um dos maiores problemas do PS no distrito passa pelo reduzido número de autarquias eleitas pelo partido, perdendo gás para o PSD nas últimas autárquicas de 2017. De sete câmaras socialistas (metade de todo o distrito), passaram a ser quatro: Guimarães, Fafe, Barcelos e Cabeceiras de Basto. O PS perdeu Vizela para um movimento independente e Terras do Bouro e Amares para o PSD.

Ricardo Costa não sabe se será possível uma reconquista, mas crê ser possível antecipar os desafios do futuro, que passam por “não discutir lugares”, mas sim “construir um plano de união para melhorar cada vez mais o distrito”.

“Não sei se consigo contornar (a hecatombe autárquica socialista de 2017), mas tenho de conseguir construir um plano que vá ao encontro à visão que tenho para o distrito de Braga e ter um plano para cada concelho”, refere.

Ricardo Costa quer “ganhar o maior número de câmaras”, mas “ganhar com os cidadãos a perceberem qual a nossa [PS] visão e posicionamento”.

“Temos que ser ousados, estamos num dos territórios mais competitivos e industriais do país, temos de perceber que o Mundo está a mudar muito rápido e sermos capazes de intervir a nível económico, social e desportivo”, vinca.

Sobre como o irá fazer, Ricardo Costa repesca o pensador austríaco Peter Drucker, um dos “pais” da administração moderna: “A melhor maneira de prever o futuro é inventá-lo”.

Joaquim Barreto perde apoios

Apesar de ter garantido, em 2018, que iria presidir à Federação por altura das autárquicas de 2021,  Joaquim Barreto, atual líder, parece perder alguns apoios por entre as concelhias mais representativas.

O também deputado à Assembleia da República referiu, então, que as eleições autárquicas de 2021 já estavam em preparação, depois do resultado das últimas eleições para as autarquias no distrito de Braga terem sido marcadas por várias disputas internas, casos como Fafe, Amares, Barcelos e Cabeceiras de Basto.

Através das redes sociais, Barreto lançou uma crítica, sem especificar nomes, para dentro do partido, alegando que “em política não vale tudo”.

Fonte ligada ao partido indicou que há “uma grande probabilidade” de Joaquim Barreto não se recandidatar, abrindo espaço para “uma lista única” que vá ao encontro do “militante comum”.

 
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