Gestora de aterro em Barcelos garante várias medidas para minimizar impactos

Póvoa de Varzim queixa-se dos maus cheiros
Manifestação contra aterro em Barcelos. Foto: DR / Arquivo

A sociedade gestora do aterro sanitário instalado em Paradela, Barcelos, afirmou hoje que tem vindo a implementar “várias medidas operacionais” no sentido de otimizar o processo produtivo, com o “objetivo primeiro” de minimizar qualquer impacto nas populações vizinhas.

Em resposta enviada à Lusa, a Resulima destaca, entre aquelas medidas, a redução “ao mínimo indispensável” da área da frente de trabalhos, bem como da quantidade de resíduos depositados em aterro.

Alude também ao reforço da cobertura diária dos resíduos, à colocação de tela provisória no talude norte e nas bases dos taludes poente e sul e ao fecho do biofiltro existente, com consequente colheita e encaminhamento das emissões para tratamento em torre de lavagem química ou por adsorção em carvão ativado.

O fecho da zona da maturação, a colocação de coberturas nos tanques de tratamento biológico e a criação de uma barreira cénica de terras e árvores no extremo sul da instalação são outras das medidas elencadas pela Resulima.

A sociedade fala ainda na colocação de contravento de canhão de odores direcionado, no aterro sanitário.

“Assumimos, assim, o total compromisso e envolvimento da Resulima no sentido de garantir a todos os cuidados na operação das suas infraestruturas e no desenvolvimento da sua atividade de serviço público”, acrescenta.

A sociedade gestora manifesta ainda “toda a disponibilidade” para receber os municípios, freguesias e moradores interessados, de modo a que possam ser verificadas ‘in loco’ as medidas implementadas, bem como o funcionamento de toda a Unidade de Valorização de Resíduos.

Após uma vistoria realizada em 04 de janeiro, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) anunciou que “estão reunidas as condições” para a emissão das licenças de exploração que ainda faltam ao aterro sanitário de Paradela.

Segundo a CCDR-N, as licenças devem incluir, como condições ou medidas, a criação de uma barreira cénica e a implantação de uma cortina arbórea no extremo sul da instalação, no prazo máximo de dois meses.

Outra condição é a apresentação, também no prazo de dois meses, dos resultados do “Estudo de avaliação de medidas adicionais de mitigação da emissão de odores”, com indicação detalhada do planeamento das novas medidas adicionais a implementar.

Em causa está o aterro sanitário do Vale do Lima e Baixo Cávado, que serve os municípios de Barcelos, Esposende, Viana do Castelo, Ponte de Lima, Arcos de Valdevez e Ponte da Barca.

Custou cerca de 30 milhões de euros e foi inaugurado no início de 2022, tendo sido construído em Paradela, concelho de Barcelos, numa área próxima à antiga lixeira de Laúndos, na Póvoa de Varzim, no distrito do Porto.

A estrutura tem sido contestada, desde o início do funcionamento, pelas localidades vizinhas, nomeadamente do concelho da Póvoa de Varzim, por causa dos maus cheiros.

A Câmara da Póvoa de Varzim já anunciou que está ultimar uma ação judicial contra o Estado, por considerar que não existiu fiscalização suficiente ao aterro.

Por seu lado, a Junta de Freguesia de Laúndos também já disse que vai recorrer às instâncias da União Europeia para denunciar os “maus cheiros” provenientes daquela estrutura.

 
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