O Restaurante Divinal, em Barcelos, que ficou célebre por, em janeiro de 2021, quando o país enfrentava um segundo confinamento com várias medidas restritivas, ter afixado cartazes a proibir a entrada de chineses e comunistas, afirma agora que não consegue arranjar funcionários, culpa os “esquerdistas e comunistas” e espera que os refugiados ucraninaos venham ajudar os “nossos negócios a continuar a funcionar”.
No dia 11 de março, o restaurante publicitou no Facebook que procurava serventes de mesa. Esta quarta-feira, cinco dias depois da publicação, o estabelecimento muito conhecido pelas pizzas, situado na Rua Elias Garcia, lamenta que não tenha obtido resposta.
“30 euros gastos à procura de trabalhadores. Resultados: 0 funcionários. O Facebook é inútil para encontrar funcionários. Há tantos empregos abertos aqui em Barcelos e no país em geral. Onde estão os trabalhadores portugueses?”, questiona a publicação, apontando de seguida os ‘culpados’ dessa situação.
“Obrigado esquerdistas e comunistas – vocês encorajam as pessoas a ficarem em casa e não fazerem nada além de esperar por um cheque do governo. Esperamos e oramos para que os trabalhadores ucranianos ajudem nossos negócios a continuar funcionando. Estou falando a verdade que a maioria dos meus iguais sentem. Vergonha”, conclui o ‘post’.
Como O MINHO noticiou, em janeiro de 2021, o restaurante, propriedade de Richard Spikman, afixou na janela duas folhas a indicar a proibição de entrada, uma com a bandeira chinesa, outra com o símbolo do Partido Comunista. A situação levantou grande polémica, com acusações de xenofobia.
Restaurante de Barcelos com cartazes a proibir entrada de chineses e comunistas
Mas já não era a primeira que o proprietário do restaurante era notícia: em 2013, barricou-se naquele mesmo espaço de restauração, levando à intervenção das forças policiais.