A Câmara de Braga debate e vota, segunda-feira, em reunião do Executivo, uma proposta da vereadora das Obras Municipais, Olga Pereira, para alteração do preço base e do prazo de execução da obra de transformação do edifício da antiga fábrica Confiança em residência universitária.
O documento, a que O MINHO teve acesso, fixa 500 dias para execução da obra após a adjudicação ao vencedor do Concurso Público – eram 520. O custo desce ligeiramente de 25,54 milhões de euros para 25,51 milhões, verba financiada pelo PRR- Plano de Recuperação e Resiliência.
O projeto arquitetónico de transformação da antiga fábrica de sabonetes, em residência universitária com mais de 700 camas, conta com um espaço de uso complementar para fins culturais de área não inferior a 500 metros quadrados. E terá espaços museológicos e de venda de produtos da extinta Confiança – da chamada linha Heritage – uma área que, ao todo, ocupa 1 300 metros quadrados.
Terá dois edifícios
A Residência será constituída por dois edifícios, sendo um, o Edifício 2 ou Novo e outro o Antigo Edifício, que, neste caso, o prédio será objeto de uma empreitada correspondente à salvaguarda e reabilitação do Monumento Classificado, atualmente devoluto, e no outro, o designado como Edifício 2 ou Novo, corresponde à adaptação e ampliação, prevista para o terreno sobrante do prédio urbano, a implantar a norte do edifício fabril existente classificado.
O empreendimento “está concebido e caracterizado para ser promovido, gerido e executado com um grau significativo de inovação, nomeadamente ao nível do processo construtivo, das matérias-primas a aplicar, das soluções tecnológicas a desenvolver, da eficiência energética e sustentabilidade a assegurar, privilegiando soluções de construção modular e outros processos de construção modular e pré-fabricação”.
Nesta opção – diz a Divisão Municipal de Obras – a “conceção, a tecnologia/inovação e a construção estão intrinsecamente ligados, sendo uma opção ambientalmente mais sustentável e económica e menos dependente do empreiteiro a selecionar”. Este terá de elaborar igualmente o projeto de execução do empreendimento, razão pela qual a execução do projeto de execução constitui, também, objeto do contrato a celebrar.
Adenda ao concurso público
A apresentação desta adenda em Reunião de Câmara, já que a abertura de concurso público tinha sido decidida em reunião ocorrida em janeiro, deve-se, em boa parte, ao período de prestação de esclarecimentos aos concorrentes, que agora terminou.
A proposta a debate envolve a inclusão de peças do procedimento, a prorrogação do prazo para apresentação das propostas, a aprovação da alteração do programa do procedimento e do caderno de encargos e do programa preliminar, em conformidade com os esclarecimentos prestados.
No processo foram, ainda, incluídas as seguintes peças do procedimento: Cadastros (Rede de abastecimento de água; Rede de Saneamento; Águas Pluviais); Levantamento Topográfico; Ensaios Geotécnicos; “Checklist” e Relatório de diagnóstico estrutural.
CDU absteve-se
Conforme O MINHO então noticiou, a Câmara de Braga deu, em janeiro, luz verde, com os votos da maioria PSD/CDS e do PS e abstenção da CDU, à abertura do concurso público para construção de uma Residência Universitária no edifício da antiga fábrica “Confiança”.
Na ocasião, o seu presidente, Ricardo Rio disse que a obra é uma das maiores já realizadas em Braga, enquanto que o vereador socialista afirmou que, o facto de o projeto contemplar uma área cultural e outra museológica – que espera sirva para grandes exposições de arte – levou o PS a pôr de lado as suas reservas iniciais.
Já Bárbara Barros, da CDU, disse que apoia a requalificação do edifício, mas justificou a abstenção com o facto de o projeto contemplar a possibilidade de construção de um prédio com sete andares.