Reservas hídricas no Minho estão asseguradas. Motivo para otimismo moderado

Foto: DR

O Clube MeteoFreixo emitiu uma atualização do relatório climático da região Minho, referente ao ano hidrológico (outubro 2022 a junho 2023) e ano civil 2023 (janeiro a maio do corrente ano).

No que respeita ao ano hidrológico, iniciado com a estação das chuvas em outubro de 2022 até ao mês de junho confirma que as reservas hídricas estão asseguradas mediante ao período de outono bastante pluvioso. O acumulado até junho superior a 2.000 mm, acima do valor médio análogo 1.400 mm confere otimismo na gestão das águas na região Minho. Num ano hidrológico em que neste momento estamos cerca de 600 mm acima da norma (+ 55%)l é razão para um otimismo moderado, embora saibamos que a gestão das reservas hídricas deva ser feita de forma sustentável e rigorosa, para evitar problemas no futuro.

Se no ano hidrológico 2022/23 o panorama climático da região Minho é tranquilizador, o mesmo não se poderá dizer nos últimos seis meses, referente ao ano civil de 2023. Segundo a anomalia termopluviométrica deste ano, todos os meses foram mais quentes que o normal e três deles (fevereiro, abril e maio), bastante secos. O último mês de junho, moderadamente quente e bastante chuvoso vem trazer nova preocupação: desenvolvimento exponencial do material combustível, pelo que as florestas do Minho voltam a estar bastante vulneráveis ao risco elevado de incêndios rurais.

Segundo o gráfico termopluviométrico de 2023 (até junho), o ano tem sido atípico com fevereiro seco e, abril e maio moderadamente secos. E agora junho moderadamente quente e bastante chuvoso, ao ponto do acumulado mensal ser superior a 3 meses de antecedentes: fevereiro, abri e maio. Também as temperaturas médias de abril e maio muito elevadas estão a contribuir para uma maior evapotranspiração e levar a uma diminuição significativa das reservas hídricas superficiais da região Minho.

As temperaturas médias de 2023 foram sempre acima do normal, confirmando o ano bastantes mais quente. Já quanto à precipitação, esta tem sido variável ao longo de 2023 entre meses significativamente chuvosos e outros bastante secos. Estas variações e desvios de precipitação exigem a aplicação de fitossanitários, de forma a proteger as plantas.

Artigo de Sérgio Barros, coordenador do clube MeteoFreixo e professor na Escola Básica do Freixo, em Ponte de Lima.

 
Total
0
Partilhas
Artigos Relacionados
x