A requalificação total da fortaleza de Valença, iniciada em 2004, vai terminar em 2019 com a conclusão da quarta e última fase da empreitada, de dois milhões de euros, disse hoje o presidente da Câmara local.
Em declarações à agência Lusa, Jorge Mendes adiantou que “as obras nas infraestruturas de toda a fortaleza, atualmente em curso, deverão estar concluídas em março de 2019”.
“Terminada a monitorização dos edifícios, vão começar as escavações com entivação das galerias técnicas e a perfuração da muralha no subsolo para a passagem de tubagens”, especificou o autarca social-democrata.
Com esta empreitada “o espaço público da Fortaleza, intramuros, fica completamente remodelado, no que toca às infraestruturas, desenho e funcionalidades das ruas e pracetas”.
“Trata-se de uma obra que eliminará definitivamente os cabos elétricos e de telefones suspensos e as antenas, recuperando a zona histórica uma matriz mais original. As infraestruturas passam todas para as galerias técnicas”, explicou.
Esta fase, financiada por fundos do programa Norte 2020, “fecha o ciclo de intervenções de requalificação da fortaleza, iniciado em 2004 e que representa um investimento global de 8,5 milhões de euros”.
A quarta fase abrange a parte norte do monumento nacional e prevê “estacionamento ordenado, mais espaços verdes, circuitos pedonais nos topos da muralha, novo mobiliário, adaptando os conceitos-base já estabelecidos nas intervenções anteriores e com o cunho do arquiteto Eduardo Souto Moura”.
A requalificação da fortaleza começou em 2004 e foi projetada por Souto Moura. Na altura, o arquiteto comparou a intervenção a uma prótese dentária, dizendo que, “no final das obras, Valença não será a mesma, mas manterá a mesma cara”.
A intervenção foi “precipitada” por um alerta emitido em julho de 2003 pela Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, dando conta de que a fortaleza corria o risco de derrocada, face à “deficiente” drenagem de águas pluviais e à “decrepitude” das redes de infraestruturas subterrâneas.
A fortaleza de Valença, monumento nacional, candidata a Património da Humanidade, assume particular importância pela dimensão, com uma extensão de muralha de 5,5 quilómetros, e pela história, tendo sido, ao longo dos seus cerca de 700 anos, a terceira mais importante de Portugal.
A fortaleza desempenhou um papel preponderante na defesa dos ataques de Espanha e chegou a receber cerca de 3.500 homens, em dois regimentos do Exército. A presença militar só terminou em 1927, com a saída do último batalhão do Exército.