Portugal tem uma excelente oportunidade para reforçar o sexto lugar do ranking da UEFA, posição em que vai terminar a época 2019/20, face à presença de quatro equipas nos 16 avos de final da Liga Europa de futebol.
O surpreendente SC Braga, Benfica, que “tombou” da Liga dos Campeões, e FC Porto e Sporting, que ultrapassaram a fase de grupos da Liga Europa, são os representantes lusos.
Nos 16 avos de final da Liga Europa, o SC Braga defronta os escoceses do Rangers. o Benfica os ucranianos do Shakhtar Donetsk, o FC Porto os alemães do Bayer Leverkusen e o Sporting os turcos do Basaksehir.
As eliminatórias preveem-se equilibradas, com as formações lusas, em maioria, a terem boas perspetivas de seguir em frente, mas sem grande dose de favoritismo.
O SC Braga chega em alta pelo registo na “era” Rúben Amorim, que venceu oito de nove jogos, superando duas vezes FC Porto e Sporting e uma o Benfica, e pelos 13 jogos sem perder na Europa – desde 15 de fevereiro de 2018.
Seguiu em frente perante Lech Poznan e Sion e “sucumbiu” face a Besiktas e Marselha, somando quatro triunfos, um empate e três derrotas.
O conjunto bracarense, que ganhou todos os cinco jogos fora, vai defrontar mais um adversário de qualidade, o Rangers, que é segundo na Escócia, atrás do Celtic, e que, na fase de grupos, venceu em casa o FC Porto por 2-0 e empatou 1-1 no Dragão.
Os campeões nacionais, especialistas nesta fase (invictos e com cinco apuramentos em cinco presenças) jogam em Kharkiv, há muito casa emprestada do Shakhtar, e regressam à Europa no pior momento da época, após dois desaires consecutivos na I Liga.
Em vésperas de representar Portugal nos “últimos 32”, repetindo 2010/11, os “encarnados” são, com grande distância, a melhor equipa lusa nesta fase, somando as mesmas oito vitórias do que os outros três clubes em conjunto.
O Benfica, que ganhou no reduto do Shakhtar por 2-1 em 2007/08, com um bis de Cardozo, não estará na máxima força, face às baixas de Gabriel e do castigado Weigl, com o “capitão” André Almeida ainda em dúvida. Nos ucranianos, Dodó é baixa, por castigo.
A favor dos “encarnados” apenas o facto de o Shakhar Donetsk estar em plena “pré-temporada”, já que o campeonato está parado há mais de dois meses – o último jogo oficial do “onze” de Luís Castro data de 14 de dezembro de 2019.
Em matéria de eliminatórias, o FC Porto e o SC Braga têm 50% de aproveitamento, com dois apuramentos e duas eliminações, enquanto Sporting fica-se pelos 42,9%, já que seguiu em frente três vezes e caiu quatro.
Os “dragões” superaram Sevilha e Eintracht Frankfurt e foram eliminados por Manchester City e Borussia Dortmund, sendo que, no conjunto dos oito jogos, apenas venceram um jogo – 2-1 em Espanha -, somando mais dois empates e cinco derrotas.
O FC Porto enfrenta um Bayer Leverkusen em plena competição e que, após a pausa invernal, somou cinco triunfos, incluindo um 4-2 ao Borussia Dortmund, e um desaire.
O “onze” do holandês Peter Bosz está num bom momento, mas enfrenta um FC Porto igualmente empolgado, depois dos triunfos sobre o Benfica e em Guimarães, por 2-1, no domingo, que lhe permitiram reentrar na corrida ao título nacional.
Por não ter sido cabeça de série no sorteio, o Sporting começa em casa, e frente ao adversário teoricamente menos cotado, mas que, na fase de grupos, foi capaz de vencer um grupo com Roma, Borussia Mönchengladbach e Wolfsberger.
Na fase de grupos, o conjunto comandado por Silas venceu os três jogos caseiros, perante LASK, Rosenborg e PSV Eindhoven, goleado por 4-0, enquanto os turcos foram goleados em Itália (4-0), mas venceram na Alemanha e na Áustria.
O Sporting é a equipa lusa com mais presenças nesta fase, num total de sete, tendo eliminado Everton, Legia Varsóvia e Astana e “tombado” perante Glasgow Rangers, Wolfsburgo, Bayer Leverkusen e Villarreal.
Em 14 encontros, os “leões” apenas ganharam três, somando mais seis empates e cinco derrotas, com 18-19 em golos.
Contando com quatro treinadores e 21 futebolistas lusos em representação de dez formações estrangeiras, num lote em que se destacam os ingleses do Wolverhampton.
Os “wolves”, que ultrapassaram, juntamente com o SC Braga, o Grupo K, são orientados por Nuno Espírito Santo, que tem ao seu dispor oito jogadores lusos, incluindo o reforço Daniel Podence (ex-Olympiacos).
O guarda-redes Rui Patrício, o defesa Rúben Vinagre, os médios Rúben Neves, João Moutinho e Bruno Jordão e os avançados Pedro Neto e Diogo Jota completam o contingente luso da mais portuguesa das equipas do futebol internacional.
A formação comandada pelo ex-guarda-redes do FC Porto é uma das três da Premier League nos 16 avos de final e todas contam com representantes lusos, dois deles reforços de inverno.
No Manchester United, o médio Bruno Fernandes chegou do Sporting, a troco de 55 milhões de euros – mais 25 variáveis -, juntando-se a Diogo Dalot, enquanto o Arsenal, que ajudou a eliminar o Vitória SC, contratou Cédric ao Southampton.
Os “gunners” vão disputar o acesso aos “oitavos” com os gregos do Olympiacos, que são orientados por Pedro Martins e contam com um trio de futebolistas lusos, o guarda-redes José Sá e os defesas Bruno Gaspar e Rúben Semedo.
A representação nacional estende-se a outros fortes candidatos ao título, casos do tricampeão Sevilha, de Julen Lopetegui, que conta com o defesa Daniel Carriço e o médio Rony Lopes, e que vai defrontar o Cluj, de Camora e Luís Aurélio.
O Eintracht Frankfurt, outros dos “carrascos” do Vitória SC, tem os avançados André Silva e Gonçalo Paciência, e o Ajax o guarda-redes Bruno Varela, habitual suplente.
Em matéria de treinadores, e além de Wolverhampton e Olympiacos, mais duas equipas são orientadas por portugueses, a Roma, por Paulo Fonseca, e o Shakhtar Donetsk, adversário do Benfica, por Luís Castro.
No total, e contando com as equipas lusas, são oito os técnicos lusos nos 16 avos de final, em 32 equipas, sendo que o segundo país com mais treinadores é a Espanha, com quatro.
Os encontros de Benfica e Sporting iniciam-se às 17:55 (em Lisboa) de quinta-feira e os de FC Porto e SC Braga arrancam às 20:00.