Quinze crianças e jovens refugiados do Bangladesh, Afeganistão, Síria e Camarões residentes no Grande Porto, Braga e São João da Madeira participarão em julho num projeto de arte que decorrerá na Cooperativa Árvore, revelou hoje à Lusa a responsável.
Com idades entre os três e os 23 anos, os jovens, segundo Marta Terra, são os primeiros inscritos do projeto “Habito o Mundo”, pensado para “abranger até 45 jovens pelo que há espaço para mais inscrições”, assinalou.
A Árvore – Cooperativa de Actividades Artísticas iniciou em setembro de 2022 o projeto, apoiado pela Fundação Calouste Gulbenkian e pela Fundação La Caixa, no âmbito da iniciativa Partis & Art For Change e que tem como parceiro social a Associação Meeru – Abrir Caminho, assinala a responsável.
O desafio é que ao longo de julho participem numa oficina de cerâmica de que resultará um painel com cerca de 24 metros quadrados, assinalando Marta Terra que a “mensagem que ficará pintada no painel será algo que vai acontecer, não está ainda definido”, valorizando, para já, “o facto de que será executado num conceito de cocriação”.
“Neste projeto [dinamizado por Helena Mancelos] cria-se espaço e tempo para que as crianças e jovens se possam expressar, partilhar, construir, sonhar, criar, através do desenho, da pintura, da cerâmica, da fotografia e outras formas e expressões artísticas, como o teatro e a dança, possibilitando que retirem destes meios e técnicas artísticas o prazer da criação e da sua expressão”, lê-se na informação enviada à Lusa.
Para a atividade de cerâmica, da responsabilidade de Manuela de Castro, a porta-voz revelou que irão “convidar artistas plásticos para potenciar junto dos inscritos a cocriação artística do painel em cerâmica”.
Com a atividade concentrada nas instalações na Árvore, no Porto a comparência das crianças e jovens nas oficinas de cerâmicas “será, no caso de São João da Madeira, assegurada pela Câmara Municipal, enquanto em Braga, onde haverá uma sessão local, para as sessões no Porto o transporte ficará a cargo de voluntários com o apoio da associação Meeru, e no Porto a cargo dos pais e encarregados de educação”, disse Marta Ferro.
Sem “local definido para ficar exposto”, a porta-voz explicou à Lusa que, para já, “a ideia é que seja itinerante, assim difundindo o trabalho e o projeto”.
Incluindo pressupostos de “inclusão social será através da arte”, o projeto, assinalou a responsável, “não vai resolver a maior parte dos problemas sociais” dos inscritos, mas existe uma “forte vontade” de desenvolver neles “uma série de competências, como a criatividade, a imaginação, permitindo-lhes ter uma formação mais plena, tal e qual acontece com qualquer um de nós”, disse.