Refood Braga serve 150 refeições por dia a famílias carenciadas

Combater o desperdício alimentar, levar o que sobra nos restaurantes a quem precisa. A Refood chegou a Braga há quatro anos. Tem 350 voluntários e 80 parceiros. Em 2018, serviu 37 mil refeições. Mas “há beneficiários que não têm como aquecer a comida”

A Refood Braga está a comemorar quatro anos de existência. Em 2018, entregou em média 150 refeições diárias a famílias carenciadas do concelho de Braga, referenciadas pelas instituições públicas ou que “batam à porta da Refood”, explica a O MINHO, a responsável Maria Alice Campos. No total foram 37.437 as refeições distribuídas.

Com 350 voluntários no total e uma média de 80 parceiros diários em Braga, a Refood já estendeu a sua acção solidária a 49 pontos do país e a Espanha e Itália. Feito 100% com voluntários que disponibilizam duas horas do seu tempo para ajudar o movimento, o trabalho é desenvolvido entre as 18:00 e as 00:00, por grupos de duas pessoas.

“Enquanto uns fazem a recolha em restaurantes, padarias e pastelarias, nossos parceiros, de sobras alimentares, outros, paralelamente, fazem a entrega juntos das famílias carenciadas”.

Tudo o que chega à Refood “é pesado, etiquetado e guardado dentro de rigorosas normas de segurança. Não temos refeições com mais de 48 horas de validade”, esclarece a responsável.

Com dois carros por noite na rua, os voluntários vão aos parceiros recolher os tupperwares deixados no dia anterior e entregar ‘novos’.

“As refeições vão depois para o nosso centro, na Avenida Artur Soares, junto à cadeia de Braga, onde são devidamente acondicionadas. Nós não cozinhamos nada”, diz, ainda, Maria Alice Campos.

“Há beneficiários que não têm como aquecer a comida”

Foto: Divulgação

A Refood sente um crescimento na procura dos seus serviços: “verificamos a situação de quem nos chega de dois em dois meses porque queremos que ganhem asas e saiam da situação em que se encontram”.

Mas as dificuldades são muitas: “há beneficiários que não conseguem aquecer a comida porque não têm como o fazer. Apesar de não ser nossa vocação, conseguimos, muitas vezes, encontrar algo que lhes permita aquecer a comida. Até porque é difícil para nós estar a dar sempre sandes às pessoas”.

Mais voluntários precisam-se

Foto: Divulgação

Para Maria Alice Campos, a Refood tem as portas abertas a mais voluntários: “fazem-nos falta. Temos estudantes universitários e de Erasmus mas quando chegam as férias, as coisas ficam mais difíceis”.

Inscrições por e-mail: [email protected]

A logística é “complexa, há quem disponibilize o próprio carro” e não há apoios institucionais, com uma excepção. “Pagamos 250 euros de luz, 80 de água, 320 de renda sendo que a Câmara paga 50%. Temos ainda que comprar película, toucas, luvas e estamos a substituir os sacos de plástico pelos de pano, sensibilizando as famílias para esta necessidade”.

Jantar solidário para 300 pessoas

A Refood Braga vai realizar um jantar Solidário e Musical a realizar no próximo dia 23 de fevereiro pelas 20:00 na Escola EB 2,3 Dr. Francisco Sanches. A edição deste ano conta com as atuações de Hugo Torres, Rogério Braga e da Augustuna e são esperadas 300 pessoas.

Os bilhetes têm um custo de 10 euros para voluntários e 12,50 euros para não voluntários. Os fundos conseguidos neste evento revertem na sua totalidade para a Refood Braga 100%.

“Os donativos de anos anteriores têm sido essenciais para assegurar as despesas correntes do projeto e sem estes não seria possível assegurar o apoio diário a dezenas de famílias”, finaliza Maria Alice Campos.

 
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