Os alunos mais carenciados do concelho de Guimarães começaram hoje a receber livros em casa, lado a lado com as refeições que lhes são fornecidas em regime take-away desde que as escolas fecharam, anunciou o município.
Em comunicado, o município refere que a oferta de livros resulta de uma iniciativa do Lions Clube de Guimarães, no âmbito de uma campanha que teve “uma forte participação” dos cidadãos e livrarias, contando com as parcerias da Câmara Municipal e Biblioteca Municipal Raul Brandão.
Citado no comunicado, o presidente do Lions, César Teixeira, explicou que um dos objetivos é promover a língua portuguesa e incentivar a leitura na população estudantil, principalmente no seio de famílias vulneráveis.
“A comunidade aderiu com forte envolvimento, tanto as pessoas e instituições do setor como as empresas livreiras e livrarias que ofereceram material de qualidade para chegar às crianças e jovens”, referiu.
Os livros já foram entregues nos agrupamentos escolares e começaram hoje a ser distribuídos, através das Comissões Sociais Interfreguesias que, diariamente, levam as refeições a casa das crianças que pertencem a famílias carenciadas.
Este processo culminará a 05 de maio, Dia Mundial da Língua Portuguesa.
“Fomentar a leitura e garantir a equidade de acesso é uma forma de não deixar ninguém para trás, principalmente quando se trata de crianças. A promoção da leitura é essencial neste tempo de pandemia, quando temos as crianças mais presas aos ecrãs por força do ensino à distância. O convite ao livro é uma forma de aliviar o excesso de ecrãs”, refere a vice-presidente da Câmara de Guimarães.
Adelina Pinto realça ainda que o número de entrega de refeições está a aumentar, na medida em que são cada vez mais as famílias sinalizadas.
Neste momento, são mais de três centenas de refeições entregues a crianças e jovens até aos 18 anos.
“A Câmara assume as refeições de pré-escolar e 1.º ciclo, mas faz a entrega em articulação com as básicas dos 2.º e 3.º ciclos e as secundárias”, refere a autarca.
A distribuição é feita pelos vários projetos sociais das Comissões Sociais Interfreguesias, através de técnicos que acompanham as situações e vão sinalizando outras necessidades, como, por exemplo, a de entregar também refeições para os adultos de certas famílias.
“Esta é uma situação que nos preocupa e solicitamos a todos que nos sinalizem todas as pessoas e famílias que necessitam de ajuda, de forma a não deixar ninguém para trás, conscientes de que os problemas económicos e sociais se agravam de dia para dia”, disse ainda Adelina Pinto.