O Presépio Vivo de Priscos, em Braga, o maior do género na Europa, está, este ano, a ser construído com a ajuda de seis reclusos do Estabelecimento Prisional de Braga, no âmbito de um protocolo da Arquidiocese de Braga com a Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais.
Cada recluso recebe 420 euros por mês e tem direito a receber metade no imediato, ficando a outra metade disponível quando saírem em liberdade. Chegam às 8:30 e trabalham até às 17:00 horas.
Para o pároco de Priscos, em entrevista ao ‘Portal J’, este tipo de projetos são uma forma de “não fechar portas”, dando “uma oportunidade” a quem errou mas quer reabilitar-se para a vida.
Sobre a reinserção, o padre João Torres lamenta, contudo, que este projeto seja “um gota no oceano”.
“Há muitos reclusos que deixam a prisão, sem projetos de vida ou garantias de reinserção. Ninguém sabe como toda esta corrida vai acabar. Um sistema prisional que não esteja aberto à esperança, não é humano! A esperança é muito contagiosa, mas precisa de ser injetada. É isto que me move nesta missão de ‘salvar’ pessoas detidas”, disse ao jornal “Correio de Manhã”, em outubro.
Estes reclusos irão continuar a trabalhar em projetos de reinserção, após terminado o trabalho em Priscos. Segundo revelou o padre João Torres, estes homens irão participar no ‘Projeto Fronteira’, um dos vencedores do Orçamento Participativo Portugal 2018, que prevê a construção de “algumas pequenas casas, onde aqueles reclusos que não têm suporte familiar quando saem da prisão possam aí ter durante algum tempo abrigo, possam voltar a pensar em reconstruir as suas vidas, a arranjar um trabalhar, a ter uma vida honesta”.
Segundo a informação disponível no site, em http://presepiopriscos.com/, consultado hoje por O MINHO, do Presépio Vivo de Priscos será ser inaugurado no próximo dia 16 de dezembro, estando aberto até 21 de janeiro. Os mais de 800 figurantes e 90 cenários fazem deste o maior presépio vivo da Europa.
No ano passado, a inauguração contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
O presépio de Priscos foi feito pela primeira vez em 2006.