Foi na tarde deste sábado, 12 de fevereiro, que o Teatro Jordão e a Garagem Avenida reabriram portas para uma cerimónia que marca o regresso deste importante espaço cultural de Guimarães enquanto local habitado e ao serviço a Arte e da Cultura vimaranenses.
Após um período em que sofreu obras de reabilitação e refuncionalização, no Teatro Jordão e Garagem Avenida funcionarão os cursos de Artes Visuais e Artes Performativas da Universidade do Minho, assim como a escola do Conservatório de Guimarães, da Sociedade Musical de Guimarães. Regressa também o espaço dedicado às Bandas de Garagem, após o forçado período de inatividade provocado pelo decurso das obras.
A cerimónia teve início com a apresentação de um excerto do primeiro ato de “A Gaivota”, de Anton Tchékov, por alunos do 2.º ano da Licenciatura em Teatro da Universidade do Minho, ao que se seguiram a intervenções protocolares e a atuação dos Jovens Cantores de Guimarães, com a interpretação de “Lullaby” de Daniel Elder e “We are the voices” de Jim Papoulis.
Durante esta atuação, foi projetado um pequeno filme que mostrou, em time lapse, o decurso de toda a obra. Nos discursos protocolares, o maestro Vítor Matos, presidente da Sociedade Musical de Guimarães disse estarmos “perante um dia histórico para Guimarães e para os vimaranenses”.
Para Vítor Matos, “a reabertura do Teatro Jordão, após um longo e profícuo processo de reabilitação, representa uma admirável conquista no processo de afirmação de Guimarães enquanto território pioneiro e vanguardista na promoção e fomento de uma cultura do conhecimento, centrada no domínio das Artes”.
Na sua intervenção, o presidente da Sociedade Musical de Guimarães parabenizou o Município de Guimarães, na pessoa do presidente Domingos Bragança, pelo esforço e empenho despendido na reabilitação e reforçou a esperança nas crianças e jovens que estão a formar, nos valores e princípios que transportam e na capacidade em criar uma sociedade mais tolerante e feliz.
O reitor da Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro, referiu-se ao momento como “de grande alegria” para os cidadãos de Guimarães e para os órgãos representativos do Município e da Universidade do Minho. Rui Vieira de Castro disse que a reabilitação deste importante património permitirá prestar serviços de grande relevância, agradecendo a todos quantos tornaram possível a obra.
O reitor afirmaria o propósito da Universidade do Minho no compromisso para com a cooperação com o Município neste e noutros projetos futuros, na consolidação de Guimarães como Cidade Universitária e como polo de desenvolvimento de ciência e conhecimento. “Em cima da mesa está o alargamento da oferta educativa da UMinho em Guimarães, de projetos de relevantes no âmbito da transição económica e digital, projetos que fazem desta colaboração uma história relevante que oferece um presente de orgulho e um futuro promissor”, disse.
A intervenção de Domingos Bragança, presidente da Câmara, foi registada em vídeo e projetada no novo auditório do Teatro Jordão. Domingos Bragança, que cedeu as honras de encerramento protocolar ao presidente da CCDR-N, António Cunha, referiu-se ao dia como um dia importante para Guimarães, “um dia importante para uma cidade que tem sabido, de uma forma consistente, trilhar um longo caminho de desenvolvimento sustentado, de forma integrada e sistémica. Uma cidade que não se deixou cristalizar nas memórias longínquas da sua história, antes as transformou em futuro”.
“Não há muito tempo, na evocação da memória de Guimarães 2012 – Capital Europeia da Cultura, tive a oportunidade de dizer que, nesse dia, não estávamos a evocar passado, mas antes a desenhar e preparar futuro. O futuro que sonhámos em 2012, vê hoje concretizado um projeto absolutamente essencial para a consolidação de Guimarães como cidade produtora e promotora das Artes e da Cultura”, frisou. Para Domingos Bragança, estes são tempos entusiasmantes, que se desenham perante “a magnitude desta reabilitação, que deixará todos os vimaranenses orgulhosos”.
O presidente da Câmara não quis deixar de agradecer a um conjunto de entidades e individualidades. Domingos Bragança terminou o seu discurso dizendo que no Teatro Jordão continuará a escrever-se a “história feita futuro” que alimenta Guimarães.
Por fim, o presidente da CCDR-N realçou o “espaço notável que é devolvido aos vimaranenses”. Para António Cunha há duas ideias de força que devem ser evidenciadas: a perseverança essencial aos grandes projetos que permitem novas ousadias e a centralidade da criatividade, enquanto um reduto do ser humano, e que é essencial para o desenvolvimento dos indivíduos e das sociedades. “Esta casa tem que ser uma casa de encontros. Um espaço e uma dinâmica ao serviço dos cidadãos”, realçou.
Houve ainda uma visita aos edifícios, que incluiu a pré-inauguração da Exposição “Atelier Aberto Licenciatura em Artes Visuais 2018-2022” e a abertura da exposição “A Avenida do Jordão”, organizada pelo Cineclube de Guimarães e pela Muralha – Associação de Guimarães para a Defesa do Património.