A mítica cervejaria Rampinha, por muitos conhecida como “bar do Che”, no centro de Ponte de Lima, fechou as portas.
Ao que O MINHO apurou, o encerramento deveu-se a problemas relacionados com a falta de pagamento da renda por parte de quem subarrendava o espaço.
Aliás, esteve colocada uma tarja por cima da cervejaria com os dizeres: “Não paga renda há mais de cinco anos e não sai”.
A cervejaria Rampinha era conhecida como “bar do Che” por ser ‘quase’ um café-museu dedicado ao revolucionário sul-americano, “ídolo” de Luís Tavares (1955-2013), que geriu o espaço até morrer.
“Xaixa”, como era conhecido o carismático ‘barman’, emigrou para a Alemanha, aos 14 anos, com o pai. Vinte anos depois regressou e procurava “um emprego, uma coisa leve, para não [se] chatear muito”.
Surgiu, em conversa com os gerentes da altura do Rampinha, ficar com o negócio. Pediu um empréstimo de “50 contos” ao pai e o resto é história.
‘Xaixa’ transformou a cervejaria numa espécie de santuário a Che Guevara e a Rampinha tornou-se ponto de paragem obrigatório para quem visitava a vila.
Uma das visitas mais célebres foi a de Camilo Guevara, filho de Che, em 1998, numa altura em que participou numa conferência em Darque, Viana do Castelo.
“Nunca pensei entrar num ‘pueblo’ tão pequeno com uma imagem do meu pai”, disse Camilo Guevara ao entrar no ‘templo’ dedicado ao seu progenitor, recordava Luís Tavares.
“Esteve aqui até as três da manhã”, lembrava ‘Xaixa’.
Entretanto, a Rampinha já começou a ser desmontada, sendo retirada toda a publicidade exterior, e deixando desolados os seus muitos fiéis clientes.