Os troços em terra da zona de Fafe que integram o Rali de Portugal, nomeadamente a ‘power stage’, que encerra, no domingo, o Rali de Portugal, jamais serão asfaltados, prometeu hoje o vice-presidente da câmara, Parcídio Summavielle.
“Para nós, são fundamentais [esses troços], porque constituem a principal aposta na divulgação do concelho”, referiu o autarca, em declarações à Lusa.
Para o vereador, foi necessário, desde a década de 70 do século passado, ao longo dos anos, criar alternativas asfaltadas para que todas as freguesias da zona montanhosa do concelho, onde se disputa o rali, tivessem um acesso rodoviário de boa qualidade, permitindo assim manter os troços em terra, que são uma imagem de marca do concelho minhoto.
“Essas soluções [estradas asfaltadas] já existem há mais de 20 anos, portanto posso garantir que jamais iremos asfaltar Montim, Luílhas ou Lameirinha”, reforçou.
O troço da Lameirinha, onde se disputa a ‘power stage’, é conhecido mundialmente, sobretudo pelo seu salto, onde são registados, em fotografias ou em vídeo, os “voos” mais espetaculares do mundial de ralis, e pelo serpentear misto de terra e alcatrão do Confurco.
Há mais de três décadas que aquelas zonas do troço da Lameirinha atraem dezenas de milhares de espetadores, elogiados, todos os anos, pelos organizadores do mundial de ralis.
Fafe tem ainda o troço de Montim incluído nesta edição do Rali de Portugal.
Ambas as classificativas, juntamente com Santa Quitéria, no vizinho concelho de Felgueiras, serão percorridas duas vezes no domingo.
Parcídio Summavielle referiu ser intenção da câmara municipal manter os traçados nas atuais condições, como património natural, com potencial turístico, mas também para serem usados nos ralis.
Além do WRC, aquele concelho do distrito de Braga recebe, também, habitualmente, o Rali Serras de Fafe, há vários anos no campeonato nacional, mas que em 2022 integrou o europeu.
A ‘street stage’ da prova do europeu foi disputada à noite nas ruas do centro da cidade de Fafe, com milhares de aficionados, um cenário que a autarquia chegou a propor, sem sucesso, para o Rali de Portugal.
À Lusa, o vereador contou que a câmara tem recursos humanos experientes e competentes que ajudam a manter os pisos em condições, nomeadamente com saibro “de boa qualidade”, ajudando a projetar para o mundo “uma boa imagem de Fafe”.
Alguns dos troços, nomeadamente Luílhas e Lagoa, que também já estiveram no Rali de Portugal, são utilizados regularmente para testes de equipas nacionais e estrangeiras, permitindo assim rentabilizar o investimento feito, com ganhos para a economia local, sobretudo na restauração e hotelaria, que esgotam a sua capacidade, várias vezes ao ano.
“São momentos, repetidos ao longo do ano, que proporcionam aos nossos comerciantes rendimentos que, noutras circunstâncias, não teriam. Por isso, a aposta nos testes passou a ser uma prioridade”, referiu.
Este 2022, concluiu, foram realizados inúmeros testes nos troços em terra, mas também nos troços de alcatrão, igualmente muito apreciados.