O secretário-geral do PCP defendeu hoje que problemas no INEM só se resolvem com a mudança das políticas do Governo, lamentando que as opções do executivo PSD/CDS-PP tenham sido aprovadas no Orçamento do Estado com abstenção do PS.
Paulo Raimundo cumprimentou hoje a passagem na Rua de Ouro da manifestação da CGTP, em Lisboa, convocada para reivindicar aumentos dos salários e das pensões.
“Milhares de pessoas estão aqui hoje a exigir mais salários, melhores condições de trabalho, melhores condições de vida e também o acesso ao Serviço Nacional de Saúde. É isso que é preciso garantir. E isso é uma daquelas garantias que o Governo não pode dar”, criticou.
O líder comunista voltou a ser questionado se os problemas registados no INEM devem ter como consequência a demissão da ministra da Saúde, Ana Paula Martins.
“Independentemente do ministro A, B ou C, o problema está na política. Eu já afirmei isso várias vezes “, disse.
Perante a insistência da comunicação social se a titular da pasta da Saúde não deveria assumir responsabilidades políticas, respondeu: “Alterava a política de fundo? Alterava as opções? É que se se disser que a demissão da ministra levar à alteração profunda das opções políticas de fundo, é já, que se demita a ministra”, afirmou.
No entanto, para o secretário-geral do PCP, o que é preciso alterar é “uma opção do Governo de desmantelamento dos serviços públicos”, incluindo do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
“Desmantelamento dos serviços públicos consagrado numa proposta do Orçamento de Estado, que foi aprovada na generalidade, como sabemos, com os votos a favor do PSD e do CDS e com a abstenção do PS”, disse, alertando que o documento consagra a regra de que por cada funcionário público que sai só pode entrar um.
O secretário-geral do PCP frisou que não foi apenas a ministra da Saúde que decidiu que o Orçamento do Estado – quer o atual quer o próximo – transfere parte das verbas deste setor para os privados.
“Foi a ministra da Saúde, foi o ministro de Infraestruturas, foi o ministro da Economia, foi o primeiro-ministro”, disse.