O rácio da dívida pública recuou para 95,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, abaixo dos 97,9% do ano anterior e o valor mais baixo desde junho de 2010, divulgou hoje o Banco de Portugal (BdP).
O peso da dívida pública no PIB recuou 2,6 pontos percentuais face aos 97,9% registados no final de 2023, ficando abaixo da previsão do Governo, que apontava para os 95,9%.
Este é também o rácio mais baixo desde junho de 2010, quando se fixou em 93,6%.
Em termos nominais, no final de 2024, a dívida pública na ótica de Maastricht – a que conta para Bruxelas – totalizava 270.700 milhões de euros, mais 8.800 milhões de euros do que no final do ano anterior.
Segundo o BdP, esta variação resultou sobretudo do aumento dos títulos de dívida (+7.500 milhões de euros), especialmente de curto prazo (+5.900 milhões de euros), e dos empréstimos (+1.400 milhões de euros).
Já as responsabilidades em depósitos recuaram 100 milhões de euros, essencialmente devido à diminuição dos certificados do Tesouro (-1.300 milhões de euros), que foi parcialmente compensada pelo crescimento dos certificados de aforro (+700 milhões de euros).
Quanto aos ativos em depósitos das administrações públicas, aumentaram 1.900 milhões de euros em 2024. Deduzida destes ativos, a dívida pública cresceu 6.900 milhões de euros, para 257.300 milhões de euros.
Em dezembro do ano passado, a dívida pública na ótica de Maastricht aumentou 1.500 milhões de euros face ao mês anterior, para 270.700 milhões de euros.
De acordo com o regulador bancário, esta evolução refletiu o acréscimo dos empréstimos (+1.100 milhões de euros), por via do recebimento de uma tranche do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR, de 1.300 milhões de euros) e de emissões de certificados de aforro (+400 milhões de euros).