Quim Barreiros celebra 50 anos da edição do primeiro disco e a SIC faz-lhe hoje uma homenagem: “Eu mereço, andei estes anos todos a martelar na música e a levar alegria ao povo”, disse a o MINHO
O popular cantor Quim Barreiros, nado e criado em Vila Praia de Âncora, concelho de Caminha, celebra meio século de edição de discos. Foi em 1971, há 50 anos, que editou a primeira música gravada. A SIC presta-lhe homenagem pelo facto num programa durante esta tarde.
“Sinto-me orgulhoso da homenagem que a SIC me faz, mas eu mereço, andei estes anos todos a martelar na música, a confraternizar, e a dar alegria, através das canções, ao povo português”, afirmou, em declarações a O MINHO. O cantor revelou que a data é também assinalada com a edição do cd – Hino d’Amizade -, cujo tema principal, com o mesmo nome, já está no YouTube: “A edição física sairá lá para março ou abril”, especificou.
O cd tem dez músicas, a maioria com o estilo que o celebrizou com letras de duplo sentido humorístico: “O tema que dá nome ao cd, uma música que nem é do meu estilo é uma homenagem à amizade, a todos os amigos que comigo privaram na vida, cantando e dançando”, referiu, frisando que as restantes nove canções já são “à moda do Quim Barreiros”.
Aos 72 anos, e depois de há três, em tempo de aniversário, ter escrito a canção Eu faço 69, Quim Barreiros mantém a energia que lhe permite continuar a criar músicas e a andar na estrada: “Houve um ano em que realizei 287 espetáculos. Por regra faço 200 a 220 por ano e espero, quando a pandemia acabar, voltar à estrada para espalhar a alegria que está sempre na minha música”, salientou.
A carreira de sucesso que ainda continua começou, no entanto há mais de 50 anos: “Estava em Lisboa na tropa, ia às casas de fado e atuava nos intervalos da atuação dos fadistas. Foi aqui que começou a ganhar fama, e conheceu a mulher, Isabel, com quem está casado”, disse a O MINHO, o bracarense João Granja, um dos seus amigos mais antigos.
Foi o vimaranense Emídio Guerreiro, então com Granja na direção da Associação Académica de Coimbra, que o levou para cantar na Festas das Latas da Queima das Fitas em 1988. Ano em que tocaria, também, na Queima do Porto.
“Era e é um símbolo da irreverência académica”, diz João Granja, para quem, “apesar de aparecer como uma figura popular, é uma pessoa com cultura e com mundo, atento, com quem é um prazer conviver e que é amigo do seu amigo”.
Quim Barreiros tem montes de amigos um pouco por todo o lado, e, em especial no Alto Minho. Em Braga, outros dos bons amigos é o empresário António Peixoto, e daí que, para além das Festas do Enterro da Gata, tenha atuado nas discotecas Pópulo e Memórias.
Biografia
Para melhor conhecermos o cantor, que é um dos ícones das festas académicas portuguesas, espreitámos a Wikipedia, onde se lê: Joaquim de Magalhães Fernandes Barreiros, mais conhecido por Quim Barreiros, é um cantor popular português que toca acordeão.. É também, desde há décadas, um dos músicos mais bem-sucedidos em termos de popularidade junto do público português e a face mais conhecida da secção brejeira da chamada “música pimba”.
O artista nasceu em 19 de junho de 1947 em Vila Praia de Âncora, concelho de Caminha, distrito de Viana do Castelo.
Aos 9 anos, já tocava bateria no conjunto de seu pai (Conjunto Alegria). O seu primeiro disco foi lançado em 1971, juntamente com o famoso guitarrista Jorge Fontes, quando apenas tocava acordeão e folclore minhoto. A sua fama estendeu-se já ao Brasil e à Galiza, e já atuou em quase todos os países onde existem comunidades de portugueses (Canadá, EUA, Venezuela, Brasil, África do Sul, França, Alemanha, Luxemburgo, Espanha, Inglaterra, Suíça, etc.).
A garagem da vizinha
Algumas das suas músicas mais conhecidas são “A Garagem da Vizinha” (regravação da música da dupla brasileira Sandro & Gustavo), lançada em 2000, “A Cabritinha”, lançada em 2004, ou “Bacalhau à Portuguesa” (regravação da música de do artista brasileiro Zenilton), lançada em 1986. A sua discografia, sobretudo a inicial, conta também com diversos álbuns compostos essencialmente por faixas instrumentais de acordeão e desgarradas.
Desde inícios da década de 1990, a presença de Quim Barreiros em festividades académicas (Queima das fitas, Semana Académica, Receção aos caloiros, etc.) é extensa e intensa.
Em maio de 2007 lançou o álbum Use Álcool, no qual existe uma faixa (“O Meu Netinho”) em que canta para seu neto , abrindo ao público uma janela para um lado seu mais afetivo e sentimental, raramente visto no artista, dado que as suas músicas de estilo brejeiro são as que fazem maior sucesso.
19 álbuns editados
1973 – Isto é Algarve (EP, Orfeu); 1975 – Irmãos Regressados (EP, Orfeu); 1976 – O Franguito da Maria (EP, Orfeu); 1978 – Uma Cantiga a Um Bicho (LP, Orfeu); 1986 – Bacalhau à Portuguesa (LP, Discossete); 1986 – Riacho da Pedreira (K7, Discossete); 1991 – CD d’Ouro (CD, Discossete); 1992 – Original (CD, Discossete); 1992 – O Sorveteiro (Chupa Teresa)-(CD, Discossete); 1993 – Insónia e Deixa Botar Só a Cabeça (CD’s, Discossete); 1994 – Mestre da Culinária (CD, Discossete); 1995 – Nunca Gastes Tudo (CD, Discossete); 1998 – O Melhor dos Melhores (Compilação, CD, Movieplay); 2003 – O Melhor de Quim Barreiros (Compilação, CD, Espacial); 2005 – O Melhor de Quim Barreiros Vol. 2 (Compilação, CD, Espacial); 2007 – Use Álcool (CD, Espacial); 2008 – O Melhor de Quim Barreiros Vol. 3 (Compilação, CD, Espacial); 2015 – O Pau Caiu Na Panela; 2019 – Amélia Costureira.