Declarações após o jogo Leça-SC Braga (1-3), da terceira eliminatória da Taça de Portugal de futebol, disputado no Estádio do Leça FC, em Leça da Palmeira:
Ricardo Sá Pinto (treinador do SC Braga): “Foi preciso respeitar muito o Leça, que foi uma equipa destemida, que jogou sem nenhum tipo de pressão, com prazer e tentou complicar-nos o jogo. Nós entrámos fortes, determinados, concentrados e sabíamos que um pequeno deslize podia provocar uma surpresa.
Sabíamos que não podíamos adormecer nem facilitar em nenhum momento do jogo, porque o Leça podia aproveitar. No geral, a equipa esteve bem, foi pena termos sofrido um golo, que não devia ter acontecido.
Encaro as surpresas na Taça de Portugal com naturalidade. São muitos anos ligado ao futebol, quer como jogador, quer como treinador. Já vivi muitas situações muito parecidas. Não quisemos nem queremos fazer parte do lote das surpresas. Por isso, temos de ser rigorosos, concentrados e humildes.
Houve algumas alterações na equipa. Havia jogadores que esperavam por uma oportunidade e é preciso ter cuidados para manter a equipa coesa. Quem não tem jogado tanto, hoje [no sábado] aproveitou bem a oportunidade e mostrou que está envolvido e quer ajudar a equipa.”
Domingos Barros (treinador do Leça): “A nossa ideia era manter o jogo vivo durante o maior tempo possível e pressionar o Sporting de Braga na primeira fase de construção. Entrámos bem no jogo e criámos uma ou duas oportunidades antes do golo do Braga.
Eles chegam ao golo numa transição e o jogo ficou mais difícil a partir daí. Apesar de tudo, tentámos sempre chegar ao golo e estar presentes no jogo, mas o Braga chega ao 2-0 novamente em transição.
Ao intervalo, disse aos jogadores que se marcássemos, o jogo ia abrir. Viemos para a segunda a parte e o Braga chegou ao 3-0. Até ao final quisemos que o jogo nunca quebrasse. A equipa mais fraca tem de aproveitar as oportunidades que tem. O Braga tem quatro ou cinco oportunidades e marca três golos. Nós tivemos várias oportunidades e só fizemos um. A eficácia foi decisiva.
A diferença entre as ligas profissionais e o Campeonato de Portugal é cada vez mais reduzida. Nós trabalhamos bem, os nossos jogadores têm boa formação e vontade de aparecer. Por isso, muitas vezes a diferença está nos detalhes e na qualidade no momento da decisão.
O nosso objetivo passa pela manutenção. O Leça regressou aos nacionais há um ano, dentro de uma crise financeira. No ano passado encontrámos um contexto muito difícil. Não subimos um degrau, subimos uma escadaria ao passar dos distritais para o nacional. Falar em subidas de divisão é muito difícil, pois basta um jogo mau para hipotecar uma grande época.”