O cadastrado que assaltou uma mulher na passada quarta-feira, em Este São Pedro, é um velho conhecido das autoridades, cumpriu pena por homicídio e terá tentado matar os pais num incêndio habitacional por estes não lhe darem dinheiro para droga nem emprestarem um carro. Voltou a ameaçar os progenitores de morte e acabou impedido de se aproximar de casa.
Condenado por matar homem deficiente na Póvoa de Lanhoso
O historial de crime de Cristiano Ferreira, alcunha Branquinho, agora com 38 anos, começou a escrever-se na véspera da passagem de ano de 2004. Nessa madrugada, em conjunto com outros três amigos, urdiu um plano para assaltar e matar Domingos Mingot0, um homem com perturbações mentais conhecido por exibir notas de 500 euros na via pública, na Póvoa de Lanhoso. Um dos amigos conduzia o carro, enquanto outro ficou no banco de trás. Cristiano e outro amigo ficaram escondidos na mala do carro.
Ao avistarem a vítima, que habitualmente transportava largas quantias de dinheiro dentro de um saco de plástico, ofereceram-lhe boleia. O homem pouco tempo esteve com vida dentro do carro, acabando por ser assassinado com dois tiros na cabeça, disparados pelo jovem que seguia no banco de trás. Na altura, Branquinho tinha 23 anos. Apesar de não ter sido o autor dos disparos, foi condenado em 2006 a 14 anos e meio de prisão por homicídio, tendo cumprido parte da pena. Foi libertado em meados de 2017.
Acusado de tentar queimar os pais vivos em casa
Saído da cadeia e transtornado por os pais não lhe alimentarem o vício da heroína, na madrugada de 26 de setembro de 2017 resolveu regar o quarto destes com álcool etílico, enquanto dormiam, iniciando depois um incêndio. Para que os pais não escapassem com vida, ficou a segurar a porta, impedindo as tentativas do pai para sair do quarto. O progenitor acabou por chamar a GNR, fazendo com que Cristiano se colocasse em fuga, mas não evitou que a mulher sofresse ferimentos graves nos pés.
Depois do crime, foi ter com a namorada, roubando-lhe 150 euros da carteira. Fugiu para Itália, onde permaneceu dez dias, mas entrou em contacto com a mãe, dizendo-lhe que ia matar o pai a tiro caso não lhe depositassem 5.000 euros na conta bancária. Acabou por ser detido por inspetores da Polícia Judiciária mal regressou a Portugal, ficando em prisão preventiva na cadeia de Paços de Ferreira, enquanto aguardou julgamento.
Pais resolveram não testemunhar
Em 2018, foi a tribunal responder por este crime. No entanto, os pais decidiram não contar os factos que já haviam relatado anteriormente, tanto à Polícia Judiciária e aos magistrados do Ministério Público, como a órgãos de comunicação social. O cadastrado acabou por ser absolvido do crime e libertado, uma vez que, sem o testemunho das vítimas, não foi possível provar que foi ele o autor do incêndio. Safou-se, assim, a uma nova pena de duas tentativas de homicídio, mesmo tendo admitido à polícia que o fez. Alegou estar a “ressacar” e que “não sabia o que dizia” aquando do primeiro inquérito judicial. Seguiu em liberdade mas voltou a ameaçar os pais de morte, em 2019, o que lhe valeu condenação com pulseira eletrónica e proibição de se aproximar da casa dos progenitores.
Assalto na zona Este de Braga
Esta quarta-feira acabou por ser apanhado pela GNR depois de um assalto. Estabeleceu contacto com uma mulher e combinou um encontro num local isolado daquela freguesia da zona Este de Braga para efetuar uma venda de um telemóvel. A mulher foi fazer o negócio mas acabou por ser ameaçada com uma réplica de revólver, uma arma falsa, entregando-lhe o telemóvel e uma máquina fotográfica que possuía numa carteira, totalizando cerca de 600 euros em material que lhe foi furtado.
Restituído à liberdade
Por já ser cadastrado e suspeito de assaltos na região, militares da GNR depressa perceberam de quem se tratava, após denúncia da vítima, detendo o homem naquela freguesia. Passou a noite nos calabouços para na manhã seguinte ir ao Tribunal de Guimarães, onde lhe seriam decretadas as medidas de coação. Para espanto das autoridades policiais, Cristiano foi restituído à liberdade. Fica agora o Branquinho obrigado a apresentar-se todos os dias no posto da GNR de Braga, enquanto aguarda novo julgamento.