São o triplo das ocorrências em relação a 2019. A Cruz Vermelha de Rio Caldo registou um aumento até três vezes superior no que toca a doenças súbitas e quedas (traumas) na região do Gerês, face à grande procura de turistas durante este agosto de 2020.
Pouco alheio ao aumento de ocorrências, o INEM decidiu contactar aquele organismo de forma a criar um posto de emergência médica que esteja ativo durante 24 horas para socorrer quem se encontre em apuros.
O posto fica situado nas instalações da delegação da Cruz Vermelha de Rio Caldo, em Terras de Bouro, como explica a O MINHO o coordenador, Jacob Alves.
“Esta instalação tem a ver com o facto de termos triplicado o número de saídas durante este verão, não só para quedas, que são muitas, mas também para todo o tipo de ocorrência”, confirma o responsável pela delegação geresiana.
A Cruz Vermelha de Rio Caldo foi escolhida não só pela competência provada, mas também pela área geográfica onde está instalada, sendo mais fácil de acorrer a diferentes pontos.
Atualmente, aquela cruz vermelha, com o apoio da delegação da vila do Gerês, cobre não só aquela área do Parque Nacional mas também vários pontos de Vieira do Minho, como a Caniçada, Salamonde, Fafião e Rossas. Vão também, por várias vezes, acorrer ao concelho de Amares, mais propriamente à zona do Santuário da Abadia, em Bouro.
Sobre as diferenças, agora como PEM, Jacob Alves conta que a corporação passa a ter uma ambulância disponível 24 horas por dia só para serviços requisitados pelo INEM, embora isso já fosse feito de forma não oficial nos outros anos, por se tratar de um ‘posto de reserva IENM’. “Para além dessa ambulância, temos de ter outra de reserva”, adianta.
Também vai mudar a área de intervenção, podendo a Cruz Vermelha ter de acudir a vários locais do distrito de Braga, caso assim se justifique e o INEM solicite.
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Sobre o aumento de ocorrências, Jacob aponta “cerca de 16 quedas” registadas nas cascatas do Parque Nacional desde o início da época balnear, mas também para a praia de Alqueirão, em Terras de Bouro, onde têm ocorrido várias doenças súbitas, quedas e fraturas, na sua maioria tendo como intervenientes turistas vindos de vários pontos do país.
“Nos anos anteriores também tínhamos um aumento significativo de pessoas mas este ano verifica-se um aumento maior, porque há uma carga humana superior, há muito mais gente na zona”, atesta Jacob.
Sobre a continuidade do PEM para os próximos anos, ainda não há certezas, embora tudo aponte nesse sentido. “Tudo indica que seja para continuar, mas cada ano será analisado pelo INEM consoante as necessidades”, vincou.
Sobre algumas piadas nas redes sociais, sobre criar um hospital de campanha no Gerês, Jacob não crê haver necessidade disso, uma vez que as quedas nas cascatas, embora sejam em largo número, não ocorrem todos os dias “nem nada que se pareça”.