Declarações dos treinadores após o jogo Vitória SC – Santa Clara (1-0), da 17.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado em Guimarães:
Ivo Vieira (treinador do Vitória SC): “[A ineficácia] foi um obstáculo perante a organização do Santa Clara, com um bloco muitas vezes baixo. Passámos a primeira fase de pressão com mérito e qualidade, mas, depois, o último terço foi a fase mais difícil. Os jogadores fizeram muito em cada momento do jogo. A equipa ataca, quer ganhar, mesmo sem jogar sempre bem. Do outro lado, tivemos uma equipa que se bateu bem. O resultado surgiu ao ‘cair do pano’. Sabe bem ganhar assim e foi inteiramente justo.
O João [Pedro] foi uma opção. Não tínhamos o Bruno [Duarte] disponível. O Davidson teve uma gastroenterite na semana passada e ainda estava condicionado para este jogo. Este jogador está na equipa B, mas trabalhou connosco no início da época. O intuito da equipa B é aproveitar a juventude. Fez o golo de forma meritória, mas tem de ter a noção de que é preciso trabalhar para ser solução no futuro.
Quando se ganha, cria-se um elã e acrescenta-se confiança no que pode vir para a frente. A equipa produz grande volume de jogo ofensivo, muitas oportunidades, mas o golo tem faltado. Quando se visa a baliza do adversário e não se consegue o golo, como reclamei na semana passada, após um jogo competente nosso [0-0 no Marítimo], isso atrasa-nos os objetivos em termos de posição na tabela. Não é confortável quando se consegue mais cantos, mais ataques e não se concretiza. Hoje, fizemos uma vez. Poderíamos ter feito mais dois ou três golos”.
Eu defendo ter o maior tempo de jogo possível, defender a nossa ideia de jogo [questionado sobre a constante irritação do banco de suplentes vimaranense para com os jogadores do Santa Clara, em algumas situações]. Não me compete falar sobre as ideias de jogo dos meus colegas.
Todo o mundo sabe a história do André André [no clube]. Dá outra maturidade à equipa. Não é um jogador muito rápido. Mas não podemos ter jogadores só rápidos nem fortes no jogo aéreo. É um jogador para rentabilizar, como os outros. Trato todos por igual. Vem de um período conturbado na carreira [10 meses sem jogar]. Ele está disponível para acrescentar”.
João Henriques (treinador do Santa Clara): “Na estratégia, correu tudo bem. A eficácia é que não nos permitiu levar daqui mais qualquer coisa. Houve mais posse e mais remates por parte do adversário. Houve mais situações de perigo junto da nossa baliza, mas podemos dizer que as ocasiões mais flagrantes foram repartidas. Isso poderia ter dado pelo menos o empate. Não demos espaço ao adversário e fomos controlando a partida.
Tivemos duas grandes oportunidades [81 e 89], mas quem não marca arrisca-se a sofrer. Evitámos que o adversário chegasse a ocasiões claras de golo, tirando o lance do Léo Bonatini isolado [57 minutos]. Fomos competentes a impedir o jogo interior do adversário e criámos instabilidade ao Vitória. Depois, com a intranquilidade do Vitória, fomo-nos chegando mais à frente. Nestes estádios, contra estas equipas, paga-se caro falhar estas oportunidades.
As paragens aconteceram numa ou noutra situação. Lembro-me do Patrick e do cotovelo na cara do Costinha. Não foram propositadas. A única paragem propositada foi a do [guarda-redes] Marco, porque estávamos com menos um jogador em campo. Queríamos enervar o Vitória, mas tendo nós bola. Queríamos retirar os espaços para o Vitória atacar e o Pepê construir.
Temos 17 pontos. Normalmente, 34 são suficientes para a manutenção. Interessa-nos sobretudo melhorar a nossa prestação em casa e sermos mais consistentes nos resultados. Fora, temos feito um excelente campeonato. Perdemos apenas aqui [Guimarães], no Dragão [FC Porto] e em Braga [Sporting de Braga]. Estar em 13.º lugar [14.º] é mau. Temos menos quatro pontos do que na época passada, pela mesma altura. Desperdiçámos a vitória na Madeira [Marítimo]. No ano passado éramos vistos como a surpresa e, neste ano, somos vistos como o ‘patinho feio’. Não somos uma coisa nem a outra. Para a segunda volta, queremos ser melhores em casa e mais pragmáticos na conquista dos pontos.
Este mercado, para mim e para a administração, depende muito das saídas. Estamos satisfeitos com a generalidade das opções. Já dissemos que queríamos diminuir o número de jogadores. Tínhamos 27 e já diminuímos. Com 23 jogadores teremos um plantel mais competitivo, com mais gente a sentir-se importante no plantel. Podem existir saídas que precisemos de vir a colmatar”.