Catarina Martins, coordenadora nacional do Bloco de Esquerda, esteve esta terça-feira no Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS), que faz parte da Escola de Medicina da Universidade do Minho.
“Estão na linha da frente do combate à covid-19. Logo no primeiro momento da pandemia em Portugal, quando faltavam meios para tudo, fabricaram os reagentes e começaram a fazer testes. Continuam este trabalho imprescindível, a par de toda a investigação de excelência. Precisamos que continuem a poder fazê-lo”, realça a deputada na sua página de Facebook.
“Na ciência a enorme precarização dos investigadores e o impedimento de atingir a carreira de investigador, o sistema complexo e burocrático de acesso às bolsas, e a incapacidade da FCT cumprir prazos, deixam a vida de todos estes investigadores e instituições numa corda bamba sem saber o dia de amanhã. Investir na investigação, garantir estabilidade de vínculos laborais e de financiamento às instituições, é o caminho para garantir uma ciência sólida que constrói futuro e responde às populações. Um país que aposta na ciência será um país mais forte todos os dias”, acrescenta Catarina Martins, defendendo também ser “essencial” a aposta no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
“Todos os investimentos são importantes no SNS, mas sem gente não se consegue garantir a prestação de cuidados de saúde”, frisou.
Para a líder do Bloco, é “muito preocupante que hoje haja menos médicos no SNS do que existiam há um ano”, uma situação que diz resultar do facto de os alunos para internato não terem podido entrar, “porque os exames foram alterados por causa da pandemia”,
“Como não se encontraram alternativas, o SNS tem hoje menos médicos do que os que tinha, o que é para nós um problema”, disse ainda.
Lembrou também que os enfermeiros e assistentes operacionais que entraram no início da pandemia tinham “contratos muito precários”, que entretanto foram caducando.
“Neste momento, temos muito menos profissionais do que no início da primeira fase da pandemia”, alertou.
Catarina Martins apelou, assim, ao reforço do número de profissionais no SNS, não só porque os que estão ao serviço se encontram “completamente exaustos” mas também porque é preciso continuar a responder à pandemia e recuperar as listas de espera.
Aludiu que o BE tinha feito um acordo com o PS para o Orçamento do Estado de 2020 que previa a contratação de 8.400 profissionais em dois anos para o SNS.
“A pandemia só veio dar mais razão. É importante que o Governo execute o que estava no Orçamento para este ano e que garanta o reforço do SNS”, enfatizou.
À boleia da visita ao Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde da Universidade do Minho, Catarina Martins disse que os investigadores são “o melhor que o país tem” e apelou à criação de condições para fixar os que estão em Portugal e resgatar os que emigraram.
“Um país que aposta na ciência será, seguramente, mais forte, todos os dias”, rematou.