O Quadrilátero Urbano, que até aqui só agregava as câmaras de Guimarães, Braga, Famalicão e Barcelos, decidiu alargar o seu âmbito e “prolongar-se na sociedade civil”, integrando instituições académicas e tecnológicas, indicaram esta terça-feira os responsáveis.
A Universidade do Minho (UMinho), o Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal (CITEVE) e a Associação Industrial do Minho (AI Minho) passarão a fazer parte do conselho executivo do Quadrilátero Urbano, refere comunicado remetido às redações.
“[Esta entidade] quer deixar de ser uma simples associação de municípios para se assumir como uma associação do território, abrangendo toda a região com igual força e intensidade”, referiu o atual presidente do conselho executivo do Quadrilátero, Paulo Cunha, que é também presidente da câmara de Famalicão.
Segundo o autarca, “já não é só o pensamento municipal mas o pensamento regional, com o envolvimento das empresas, da investigação científica, do conhecimento e da tecnologia que passará a orientar as decisões e a ação” desta associação.
“Com estas três entidades no núcleo do Quadrilátero o projeto ganha profundidade”, disse Paulo Cunha, explicando que esta associação nasceu em 2008 “no contexto de oportunidade criado pelo Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN) e com prazo delimitado”.
Mas entretanto, ainda de acordo com o presidente do conselho executivo, “os municípios chegaram à conclusão que esta estrutura deve manter-se independentemente dos fundos comunitários e com uma duração indeterminada”.
“É a confirmação de uma boa ideia, o reconhecimento dos bons resultados obtidos e do potencial do projeto”, avançou Paulo Cunha em comentário a um conjunto de alterações estatutárias que foram feitas a este organismo que a partir de 01 de janeiro terá como líder o presidente da câmara de Braga, Ricardo Rio.
Outra das alterações introduzidas pelos novos estatutos tem a ver com a obrigatoriedade de consenso nas deliberações do conselho executivo, o que na prática significa, e conforme vincou Paulo Cunha, que as decisões do quadrilátero só podem ser adotadas se existir unanimidade dos quatro municípios.
“Esta regra tem uma vantagem, que é o dever do compromisso. Temos que estar todos de acordo. É uma medida que vai exigir mais dos autarcas, pois a partir de agora temos de trabalhar numa lógica de consenso que nos obriga a decidir sempre em função dos 600 mil habitantes dos quatro concelhos”, considerou.
Por fim, ao nível do Comité de Orientação Estratégico da Associação Quadrilátero, que até agora tinha caráter fixo, o objetivo é que integre outras entidades conforme os projetos que estão a ser desenvolvidos, ganhando “elasticidade para auscultar novas entidades do território”.
O Quadrilátero Urbano é um projeto no âmbito da Associação de Municípios de Fins Específicos e um dos cinco projetos selecionados a nível nacional para implementar as “ações preparatórias” do programa “Política de Cidades Polis XXI”, cofinanciado pela administração central.