Um oficial e o único agente que o acompanhava enfrentaram sozinhos os confrontos entre “casuals” do SC Braga e adeptos do Vitória SC domingo à noite, ainda antes do início do jogo no Estádio D. Afonso Henriques, levando assim a PSP a identificar o maior número de sempre – cerca de meia centena – de “casuals” apanhados em Portugal.
O subcomissário Filipe Silva, coordenador da investigação criminal do Comando Distrital da PSP de Braga, que por inerência tem a seu cargo os agentes da Unidade de Informações Desportivas, evitou com o agente João Fontes o pior dos cenários, já que a batalha campal, filmada por cidadãos anónimos por dentro dos seus apartamentos e amplamente difundida nas redes sociais poderia ter mesmo consequências mortais, conforme foi testemunhado.
Segundo apurou O MINHO, durante mais de três minutos, aquele oficial e um agente que estava com ele em serviço, enfrentaram sozinhos dezenas de adeptos em luta desenfreada, tendo este último sido obrigado a fazer disparos com projéteis reais para o ar antes de chegar o Corpo de Intervenção, a poucas dezenas de metros da própria Esquadra da PSP.
Com esta atuação, o Comando Distrital de Braga da Polícia de Segurança Pública passou a dispor de um ficheiro único e bastante atualizado de mais de meia centena de “casuals” apanhados em flagrante delito, conotados com o SC Braga, cerca de metade dos que se envolveram em confrontos com diversos simpatizantes do Vitória SC e estimando-se em mais de duas centenas os adeptos rivais que travaram a batalha campal.
Apesar da PSP ter referido apenas a utilização de munições de borracha para conter uma situação que se avizinhava incontrolável com o lançamento de explosivos pirotécnicos e de garrafas e outros objetos improvisados como arma de arremesso, O MINHO soube que foi numa primeira fase a série de tiros de intimidação disparados pelo agente da PSP com a sua arma de fogo a dispersar e depois a manter a uma distância mínima os adeptos rivais.
Mesmo com a chegada de reforços da PSP melhor equipados para as situações de motim, só decorrida cerca de meia hora a situação foi controlada, tendo sido possível conduzir à Divisão de Guimarães da PSP ao todo 52 “casuals”, conotados com o SC Braga, um dos quais, bem conhecido, de Gualtar, teve que receber tratamento hospitalar.
Dois outros adeptos bracarenses sofreram ferimentos ligeiros, assim como três agentes da PSP, um atingido com uma garrafa de vidro, outro num joelho e enquanto outro polícia ainda viu danificado o equipamento de alta segurança, dada a violência do choque sofrido.
A estratégia da PSP de Braga resultou duplamente, já que além de fazer uma maratona de três horas para a identificação total, um a um, de todos os “casuals” – que têm provocado “dores de cabeça” à Polícia e principalmente nos jogos do Estádio Municipal de Braga – apanhados em flagrante delito, durante esse período, entre as 19:00 e as 22:00, impediram tais adeptos de assistirem ao jogo ou de deambular também pelas imediações do estádio.