O PSD/Barcelos instou, esta terça-feira, a Câmara a suspender as negociações para o resgate da concessão da água e saneamento e a clarificar os “números contraditórios” que têm sido apresentados pelos “dois grupos do PS” concelhio.
Em comunicado, o PSD sublinha que está em causa um “acordo secreto, feito sem estudos de viabilidade económico-financeira”.
“Um verdadeiro ‘iceberg’, que se afigura muito ruinoso e danoso para o futuro do município de Barcelos”, acrescenta.
Em novembro de 2015, o executivo socialista anunciou que tinha acordado o resgate da concessão pelo valor de 87 milhões de euros.
Entretanto, a 6 de maio, o presidente da Câmara, Miguel Costa Gomes, anunciou a retirada de pelouros ao vereador Domingos Pereira, que fora o seu “vice”.
Em solidariedade com Domingos Pereira, outros três vereadores socialistas renunciaram aos pelouros.
Após esta cisão, Domingos Pereira, divulgou, em conferência de imprensa, que o município estabelecera um pré-acordo com o acionista maioritário da Águas de Barcelos, que lhe permitiria ficar, por 37 milhões de euros, com 75% do capital social da empresa.
Domingos Pereira explicou, na altura, que esta nova solução surgiu depois de o acionista minoritário (25 por cento) ter entretanto surgido com exigências adicionais alegadamente “incomportáveis” para o município.
O presidente da câmara não gostou que Domingos Pereira tivesse divulgado as negociações e, também em conferência de imprensa, acusou-o de estar a tentar “boicotar” o acordo.
Perante tudo isto, o PSD pede a suspensão das “negociações secretas que a câmara está a fazer, para eliminar eventuais ilícitos e clarificar os números contraditórios (que são apresentados pelos dois grupos do PS) sobre o acordo ruinoso para o resgate da concessão”.
“Exigimos a verdade da negociação. O executivo PS não é sério nas contas e trata um assunto desta dimensão financeira com secretismo, ligeireza e amadorismo. As mesmas pessoas do PS apresentaram-se unidas nuns números e agora estão desunidas noutros números”, refere ainda o comunicado do PSD.
O presidente da câmara já disse que continua a acreditar no resgate total da concessão, pelos 87 milhões de euros inicialmente acordados, e que lutará “até às últimas consequências” por esse acordo.
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