A deputada do PSD eleita pelo Alto Minho Liliana Silva informou hoje ter solicitado ao primeiro-ministro a introdução da construção de uma ponte a ligar Caminha a La Guardia, Galiza, na ordem de trabalhos da próxima Cimeira Luso-Espanhola.
Em comunicado enviado à agência Lusa, Liliana Silva, vereadora do PSD na Câmara de Caminha que no início do mês assumiu as funções de deputada em substituição de Luís Campos Ferreira, explicou que na pergunta dirigida a António Costa destacou que o concelho é o “único” do vale do Minho que não é serviço por uma ponte de ligação à Galiza.
Atualmente, as ligações entre o Alto Minho e a Galiza são asseguradas por cinco pontes sobre o rio Minho. O município de Caminha há muito que também reclama uma ligação a La Guardia, naquele que seria o sexto atravessamento do Minho.
Em 2008, um estudo de viabilidade realizado por técnicos dos dois países, liderado por especialistas da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), apontou a solução técnica para a construção da nova ponte sobre o rio Minho, mas até hoje o projeto não avançou.
As ligações entre os dois municípios são asseguradas pelo “ferry” Santa Rita de Cássia, muitas vezes impedido de cruzar o rio por causa do assoreamento que afeta o curso internacional de água.
Na nota hoje enviada, Liliana Silva defende que a construção daquela travessia permitiria potenciar a economia do concelho, atraindo “grandes empresas” e potenciando a “proximidade” da ligação à autoestrada A28.
“Apenas nos falta a ligação transfronteiriça viária que permita esse escoamento e trocas comerciais com a Galiza”, sustentou.
A deputada do PSD invocou ainda o turismo, setor de “referência” do concelho que está integrado na rota dos Caminhos de Santiago de Compostela.
“os peregrinos ficam sempre sujeitos ao horário do ‘ferryboat’ para prosseguirem viagem, com a condicionante grave de, à segunda-feira, a embarcação se encontrar parada para descanso da tripulação”, referiu.
A próxima Cimeira Luso-Espanhola terá lugar na Guarda, em junho, com o tema da cooperação transfronteiriça. Segundo o Governo, uma das questões a discutir prende-se com intervenções que possam ser feitas “nas infraestruturas rodoviárias, fluviais e ferroviárias para reforçar” a ligação transfronteiriça entre Portugal e Espanha.
“A cimeira do próximo mês de junho deve ser aproveitada para se discutirem assuntos relacionados com todos os concelhos fronteiriços, por forma a fomentar o desenvolvimento económico e turístico de ambos os países”, defendeu Liliana Silva.
Das cinco pontes sobre o rio Minho, que asseguram a ligação entre o Alto Minho e a Galiza, a última a ser inaugurada foi a ponte internacional entre Vila Nova de Cerveira e Tomiño, em 2004. Num investimento que rondou os seis milhões de euros, a travessia veio resolver as difíceis ligações feitas até então por um ‘ferryboat’.
Em 1993 foi inaugurada a ponte entre Valença e Tui já ligadas, desde 1885, pela ponte rodoferroviária desenhada por Gustave Eiffel.
Mais acima, as ligações entre as duas regiões raianas são ainda asseguradas pela ponte Monção/Salvaterra, inaugurada em 1995, e entre Peso, em Melgaço, e Arbo, na Galiza, que entrou em funcionamento em 1999.
Segundo a deputada social-democrata, “sem qualquer travessia viária para a outra margem, Caminha tem visto grandes investidores, com capacidade efetiva de criação de emprego, a optar por concelhos vizinhos como Valença, Monção ou Cerveira”.
“É tempo de deixarmos de ver esta ligação fronteiriça como uma miragem. Está na altura de darmos o impulso que o concelho de Caminha merece e que irá favorecer todo o Alto Minho, tornando-o numa das regiões mais competitivas do País”, sustentou.