Depois de várias décadas a fazer oposição ao atual poder, o PSD de Ponte de Lima pode vir a dar “uma cambalhota” e a juntar-se ao CDS nas próximas eleições autárquicas. Quem o diz é o Observador, num artigo hoje publicado e onde aquele jornal analisa o atual panorama de luta pelo poder na sucessão ao atual autarca, Vítor Mendes, que não se pode recandidatar devido à limitação de mandatos.
Diz a publicação que as estruturas locais do PSD têm em cima da mesa a hipótese de apoiar Vasco Ferraz, que deverá ser o candidato anunciado pelos centristas para substituir o atual autarca -, depois de gorada a hipótese do antigo governador civil António Carvalho Martins, como candidato pelos ‘laranjas’.
O artigo salienta a falta de um “candidato forte” para disputar a Câmara e revela a possibilidade dos sociais-democratas poderem vir a “dar a mão ao CDS” para “segurar uma autarquia” que é CDS desde as primeiras eleições autárquicas, em 1976. Para isso estará a contribuir a direção nacional do PSD, liderada por Rui Rio, que já terá encetado negociações com o partido liderado por Francisco Rodrigues dos Santos.
Outros nomes já confirmados como candidatos são os de Abel Baptista e Gaspar Martins, ambos ex-militantes do CDS e elementos de anteriores executivos centristas, que vão a votos contra Vasco Ferraz, possível candidato oficial do partido. Abel Baptista, que já havia sido candidato em 2017, ano em que elegeu dois vereadores após ‘recolher’ 23,66% dos votos (contra 52,11% de Victor Mendes).
Vice-presidente da Câmara de 1994 a 2001, quando Daniel Campelo era edil, Abel Baptista deverá concorrer novamente por um movimento independente com apoio da ‘esquerda’ e do Partido Socialista, desta vez sem o PSD como adversário.
Também Gaspar Martins, antigo vice-presidente entre 2009 e 2017, anunciou candidatura contra o seu antigo partido, depois de ter entrado em rota de colisão com o CDS nacional por não ter sido candidato a deputado. Acabou por entrar em colisão também com a distrital e com a concelhia e fez campanha eleitoral ao lado de elementos do PSD em 2019.
Gaspar Martins justificou esta candidatura a O MINHO com um alegado “crescente desconforto em relação à forma como o município é gerido”.
“As pessoas entendem que eu durante 20 anos contribuí muito para aquela estabilidade, entendem que eu tenho uma palavra a dizer. Eu próprio também entendo que o município não está a seguir no bom caminho e tenho por isso também uma obrigação de participar como cidadão”, disse ao nosso jornal.
Ainda de acordo com a análise do jornal Observador, também o partido Chega deverá apresentar candidato, podendo fracturar ainda mais a ‘direita’ limiana.