O candidato a líder do PSD Luís Montenegro defendeu, esta quinta-feira, em Famalicão, que se o Orçamento do Estado apresentado pelo Governo “é o melhor” que o PS “é capaz”, é preciso “rapidamente retirar António Costa da governação do país”.
“Se isto é o melhor que o Dr. António Costa é capaz de fazer, nós temos, rapidamente, que oferecer uma alternativa a Portugal e retirar o Dr. António Costa da governação do país”, defendeu Luís Montenegro, referindo-se às declarações em que o primeiro-ministro afirmou que o orçamento que está a ser discutido na generalidade “é o melhor de sempre”.
Na Casa das Artes famalicense, perante centenas de militantes que esperaram cerca de uma hora para ouvir o opositor a Rui Rio e a Miguel Pinto Luz na corrida à presidência social-democrata, o ex-deputado considerou que a proposta de orçamento, que será votada, esta sexta-feira, na generalidade na Assembleia da República, “tem a maior carga fiscal de sempre” em Portugal.
“Ou seja, para o Dr. António Costa, o melhor orçamento é aquele que retira mais rendimento ao trabalhador, cobrando mais impostos sobre os rendimentos do trabalho; o melhor orçamento é aquele que retira mais meios às empresas, retirando grande parte da sua rentabilidade. Mas, simultaneamente, (…) retira a maior parte dos recursos que a sociedade é capaz de criar e oferece os piores serviços públicos de que há memória em Portugal”, observou o candidato às eleições diretas no PSD.
Luís Montenegro acusou ainda o PS e António Costa de acharem que são os “donos disto tudo”, salientando que não são e que, por isso, “o país precisa de uma oposição” e que “ser oposição é também ser alternativa”.
“O Dr. António Costa anda à solta na política portuguesa. O PS vê hoje o país como sendo já o dono disto tudo. O Dr. António Costa e o PS julgam que são os donos disto tudo, mas não são. Portugal não é propriedade dos socialistas, não é propriedade do Dr. António Costa e não é propriedade deste Governo das esquerdas. Nós temos o dever de denunciar os atropelos e os abusos deste poder socialista”, salientou.
“Quando nós temos um ministro das Finanças (Mário Centeno) que acha normal que não há nenhum conflito de interesses em passar do gabinete de ministro para o gabinete de governador do Banco de Portugal diretamente e a oposição não diz nada, há qualquer coisa que não está a funcionar em Portugal”, notou.
Para Montenegro, “não é possível que o titular do ministério da Finanças dê uma machadada tão grande na independência do poder da regulação e da supervisão”.
“Não, o Dr. Centeno não pode sair do gabinete de ministro das Finanças para ser governador do Banco de Portugal, isso é adulterar as regras da democracia”, considerou.
Num discurso marcado por vários apelos à união do partido após as eleições de sábado, lembrando no PSD “há a tradição” de haver opiniões diferentes, Montenegro terminou a intervenção com um apelo para os militantes irem votar.
“No próximo sábado é muito importante não desperdiçar nenhum voto até ao último minuto, para ganharmos esta eleição e ganharmos na primeira volta, para mostrarmos que o PSD voltou e voltou para ganhar”, disse.
“A tarefa é grande, os objetivos são ambiciosos, mas eu acredito muito que nós somos capazes, que se nos reunimos aqui, numa campanha interna com esta vitalidade, vamos multiplicar-nos na campanha legislativa”, finalizou.